A desobediência civil

A desobediência civil

O advogado Valdeci Cavalcanti, presidente da Federação do Comércio do Piauí, e vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio, anunciou ontem que os empresários vão reabrir os seus comércios, inclusive as entidades que dirige irão recomeçar as seis ou oito obras que estão em andamento. Para ele a construção civil vai ser reativada, porque está no rol das atividades essenciais incluídas no decreto do presidente Bolsonaro e, como tal, se sobrepõe, na visão de Valdeci, ao decreto estadual que não admite essa como atividade de primeira necessidade. Dentro disso, já se pode dizer que o dirigente classista está estimulando a desobediência civil em momento de pandemia, podendo ser ele mesmo até enquadrado nas reprimendas legais, já que a medida provisória estabelecida pelo presidente da República, que procurou apadrinhar atos como esses, não alcança quem venha causar, de modo deliberado, maiores gravames para a população. Valdeci ignora a decisão do STF que reconhece o direito de estados e municípios definirem, em última análise, como proceder com o fechamento ou abertura do comércio e da Indústria. Assim, só falta Valdeci imitar o presidente Bolsonaro, e estimular que comerciantes e empresários recebam a polícia estadual e municipal armados, já se antevendo uma situação onde os mais exaltados podem chegar bem além das vias de fato nesses confrontos. Teresina e o Piauí encontram-se sitiados entre os estados do Maranhão e Ceará, que estão em curva ascendente e com números expressivos da COVID-19, não apenas de mortes como de casos já identificados. Em números, Teresina ainda não chegou em 100 mortes, felizmente, mas, se os empresários levarem adiante esse plano de simplesmente abrir os comércios respectivos, e a indústria retomar o ritmo de suas obras, sem uma combinação com os poderes públicos, pode acontecer um verdadeiro desastre, porque a situação pode se tornar insustentável. Será esse o preço da desobediência civil dos empresários? É o salve-se quem puder, sem respeito à saúde coletiva, e nenhuma solidariedade ao próximo. Isto pode não acabar bem.


Os defensores públicos Dárcio Rufino de Holanda, Viviane Pinheiro Setúbal, Irani Brito, e Igor Castelo Branco inspecionando a Cadeia Pública de Altos

Lá vem!

A operação deflagrada ontem, na casa do governador do Rio, Wilson Witzel e de outros personagens por conta de superfaturamento na compra de material e equipamento para combate ao coronavírus vai ser uma constante país afora.
Não duvide que de hoje em diante, o ‘japonês da Federal’ amanheça no Piauí, no Ceará e Maranhão.
Pelos mesmos motivos.

No Ceará

Semana passada a coluna chegou a anunciar que o ‘japonês da Federal’ estaria dando as caras na região.
Foi bater em Fortaleza, deflagrando a operação dispneia em empresas e órgãos públicos.
Fazer a volta, não custa muito.

Mudança na CPA

Chama-se Enemesio o novo diretor da Cadeia Pública de Altos. Substitui Vinicius, sobre quem pesam suspeitas de ter compactuado com práticas até de torturas no presídio. 
Enemesio é agente penitenciário.

Ele manda

Mas até o momento em que Enemesio apareça, dê entrevista, o que se fala é que o antigo diretor é quem continua mandando, porque faz parte de um esquema político que negociou o comando da Sejus. E que nem o governador mete o bedelho.

Fora de tom

A deputada Carla Zambelli exerce à exaustão o mandato, metida em tudo que diz respeito ao governo do seu ídolo, Jair Bolsonaro, ela faz lembrar a fidelidade do cachorro que se presta para tudo, que, de tão bom, mas tão bom, o cachorro passa da casa.
Zambelli dá o sangue por Bolsonaro. E já ataca o padrinho de casamento.  

Rainha das operações

Zambelli, que se elegeu em função dos movimentos de rua, já se meteu na confusão entre Bolsonaro e Sérgio Moro ao ponto de garantir a vaga do STF ao ex-ministro, agora está se transformando em rainha das operações da Polícia Federal.
Ontem, apesar de negar, ela foi acusada de ter vazado a operação da PF que bateu na casa do governador do Rio, Wilson Wiltzel.

Estado torturador

Estão começando a surgir vídeos mostrando práticas de torturas nos presídios do Piauí.
Exibindo a faceta de criminosos, travestidos de autoridade, que recebem dinheiro do Estado para, em nome do Estado, bancarem o justiceiro.

Enfim, Salva!

O desembargador José James disse, ontem, em seu voto de minerva, que as provas contra a prefeita Carmelita Castro e os demais condenados, são frágeis.
Esse argumento já era cantado em prosa e verso entre amigos e aliados do senador Ciro Nogueira.

Festa grande

E ontem, os aliados da prefeita Carmelita mandaram a pandemia do coronavírus para as calendas.
Sem máscaras, eles fizeram festa comemorando os esforços, o trabalho, feitos para que as coisas ocorressem como todos queriam.
O caso vai pro TSE.

Injustificável incômodo

A festança em São Raimundo Nonato, que começou com a carreata a partir do anúncio do voto do presidente do TRE, chegou a incomodar.
Em suas redes sociais, Maria Clara postou: “eu gosto muito da senhora, gostei do resultado (...) mas nas suas comemorações soltando fogos, você deveria pensar nos idosos, doentes,  nos velórios que estão tendo na cidade, nos animais e autistas, eles sofrem muito com isso... tenha essa consciência.”

A resposta

Imediatamente Carmelita Castro respondeu a Maria Clara: “Querida eu não estou aí em São Raimundo, não tenho como controlar”.
A prefeita, explicitamente, diz que não tem poder para controlar as arruaças na sua cidade.

Não era ela?

Com tantos vídeos exibidos nas redes sociais mostrando o povo bebendo, comendo e dançando em São Raimundo Nonato, tem gente que jura que a prefeita Carmelita se encontrava lá.
Até porque ela aparece em uma das imagens, subindo em palanque festivo.

Certeza

Na verdade, esse carnaval fora de época em São Raimundo Nonato, rompendo as próprias barreiras impostas pela prefeita contra o coronavírus, já vinha ocorrendo desde sábado passado.
Tamanha a certeza da vitória.

Prorrogação de mandato

O senador Elmano Ferrer se reuniu ontem, com vereadores de Teresina e com eles fez coro de que as eleições deste ano só deveriam ocorrer em 2022.
O véim, assim como o colega Marcelo Castro, estão indo contra posições do novo presidente do TSE e dos presidentes da Câmara e Senado de que a eleição não deve passar deste ano.

A PEC do absurdo

Marcelo Castro, numa total demonstração de ignorância às leis, apresentou uma PEC não só tirando o poder originário do Senado, pois defende que seja transferido ao TSE, como quer que os mandatos sejam prorrogados até 2026.
É muita tentativa de mamata.

Reabertura do comércio

Com os vereadores, Elmano Ferrer também defendeu a necessidade de um planejamento de reabertura das atividades econômicas gradualmente.
Ele destacou que grandes obras estão paralisadas, como os viadutos em Teresina, do Mercado do Peixe, que seria concluído neste mês, e o viaduto rodoferroviário, que já havia sido iniciado.

Defensores vão à cadeia

Os defensores públicos Dárcio Rufino de Holanda, Viviane Pinheiro Setubal, Irani Brito, e Igor Castelo Branco estiveram ontem, inspecionando a Cadeia Pública de Altos, depois de uma série de denúncias sobre maus tratos aos detentos.

Casa do terror

Diante das denúncias de práticas de torturas e de que pelo menos 40 detentos encontram-se acometidos de estranhas doenças e, somado às cinco mortes, em uma semana, a  Defensoria impetrou HC coletivo requerendo prisões domiciliares ou transferência dos internos para outros presídios.

Desencontro de informações

O defensor Dárcio Rufino de Holanda revelou que as condições sanitárias do presidio são péssimas e que há muitas informações desencontradas sobre o que estaria ocorrendo na cadeia. “Até pelo compreensível pânico das famílias”.
Ele disse que as responsabilidades ali apontadas podem ser divulgadas até em esferas internacionais.

Modus operandi

Uma quadrilha, com a participação de um policial civil, invadiu uma casa em Timon, levou o que pôde pegar e, seus membros ainda fizeram uma negociação com a família: queriam R$ 50 mil para não mais voltarem a assaltá-los.
Acaba não, mundão!

Como funciona?

O Ministério Público Federal está pedindo informações ao Ministério da Saúde sobre a orientação para o uso da cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes diagnosticados com covid-19.
O MP quer saber se essa orientação vincula ou não os governadores e prefeitos, que, em sua maioria, se recusa a ministrar o protocolo.

Modelo piauiense

Soa estranho que a representação piauiense da Procuradoria da República tenha proposto que o governo do Estado e os prefeitos adotem o uso do medicamento, o que não está sendo possível porque a juíza federal Marina Cavalcante optou por ampla discussão sobre o caso.

Tratamento igualitário

Pela ação assinada pelo procurador Kelston Lages, o MPF não quer que o protocolo seja obrigatório, mas que haja um tratamento igualitário, pois, com esse raciocínio, se entende que só os ricos têm acesso a esse protocolo.
Ah, e que só sejam utilizados os medicamentos do protocolo após avaliação e prescrição médica.

Autorização do paciente

O Ministério da Saúde adotou o protocolo da cloroquina exatamente após avaliação médica e, também, consentimento do paciente.
Tanto que exige a assinatura de um documento  dando o seu consentimento.

Está na cara

Com mudanças nas superintendências em vários Estados, ontem, ainda se tem dúvidas de que Jair Bolsonaro não tem influência na Polícia Federal.

Cadê?

Um detento, chamado Márcio, picado de escorpião, desapareceu entre a Cadeia de Altos e um hospital da cidade.
A versão é de que ele escapuliu e se encontra foragido. A família estava sabendo que ele se encontrava preso.

Ping-Pong 
O emissário

Poderoso na região dos Inhamuns, no Ceará, na década de 60, o coronel Venâncio seleciona quatro fotos em diferentes posições de um desafeto e chama seu fiel capanga Chico Sorriso para encomendar o ‘serviço’. Chico sai para a empreitada e, dias depois, volta para prestar contas.

O coronel: “E aí, Chico, fez o ‘serviço’?”
Chico (constrangido, mostrando as quatro fotos): “Coronel, o senhor me perdoa, mas desses quatro cabras que o senhor me mostrou, eu só consegui apagar três”.

Expressas

O Piauí bateu ontem, mais uma vez, um triste recorde e registrou 15 óbitos por coronavírus. O estado já possui 3966 casos confirmados da doença.

Firmino Filho encaminhou para a Câmara Municipal um projeto de lei complementar que reduz em 15% o próprio salário e de gestores do município.

Terão redução em seus subsídios mensais os gestores de todas as pastas do município, com exceção dos órgãos e entidades ligados à área da saúde.

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