Direto da Redação: ainda a polêmica da reforma do cais de Floriano

Da reforma do cais às joias do Tigrinho: escândalos, críticas e velhas raposas no comando de sempre

Uma “bodega” à beira do rio

O novo quiosque projetado para o cais de Floriano mais se parece com uma “bodeguinha” improvisada, típica de construções irregulares. A proposta causou estranhamento entre arquitetos, moradores e frequentadores do local.

Foto: Reprodução
Quiosque ou bodeguinha?


Escadarias incômodas

Toda a superfície do cais foi tomada por escadarias com guarda-corpos, criando obstáculos à livre circulação — um hábito tradicional da população, que historicamente utiliza o espaço como área de passeio contínuo. Agora, essa rotina encontra barreiras físicas que parecem ter sido desenhadas sem escutar quem ali caminha há décadas.

Torre sem farol

A famosa torre do cais, símbolo da cidade, nunca foi um farol de navegação — ao contrário do que o imaginário coletivo possa sugerir. Tratava-se de um antigo poço de onde se extraía água para alimentar a caldeira da “Usina Elétrica Maria Bonita”. A estrutura original lembrava uma típica capela colonial, com nave central e dois corredores laterais, onde se acredita que ficavam os escravizados.

Foto: Reprodução
Um símbolo fálico

Luminárias ultrapassadas

Especialistas em luminotécnica criticaram o modelo de luminárias instaladas: “não possuem superfície refletora, são antiquadas e não projetam luz para o solo — apenas para o céu, que já tem sua própria iluminação divina”, ironizou um arquiteto. Segundo ele, esse tipo de equipamento foi comum em praças públicas do século passado, mas já era obsoleto mesmo naquela época. Soma-se a isso a ausência de arborização, o que compromete o sombreamento, a captura de carbono e o combate ao efeito de ilha de calor provocado pelo excesso de piso pavimentado.

Esquecimento fluvial

O projeto também ignora os ícones históricos da navegação fluvial — a principal origem da cidade. Nada remete aos vapores, ao canoeiro, ao rio. Não há conexão simbólica nem funcional com os usos históricos do espaço pela população. O recurso disponível, segundo técnicos, não cobre a extensão proposta, o que compromete ainda mais a intervenção.

Amadorismo arquitetônico?

Para especialistas, o projeto evidencia falta de experiência e sensibilidade. O chamado “partido arquitetônico” é antiquado, precário e não atende ao desejo da Prefeitura de entregar uma obra moderna e simbólica, capaz de dialogar com o rio e com o imaginário florianense. Entre todas as cidades ribeirinhas do Piauí, Floriano é a que mais manteve sua relação com o rio — e justamente por isso a decepção é maior.

A segunda casa

O Cais, a chamada Beira-Rio, sempre foi a segunda casa do florianense — a sala de estar da cidade. É para lá que se leva o visitante. É lá que se respira a memória de Floriano. A reforma desfigurada não respeita essa vocação simbólica.

Origem da reforma

O projeto, curiosamente, saiu da SETRANS — a Secretaria de Transportes — e não de órgãos voltados ao urbanismo ou à cultura, o que gerou reação negativa de moradores. Segundo se comenta nos bastidores, a concepção do projeto teria sido viabilizada pelo deputado Marden Menezes, que trocou Piripiri por Floriano. Fica a pergunta: o que pensaria o ilustre agrônomo Francisco Parentes, idealizador da escola que deu origem à cidade?

Da bodega à impunidade

O “empresário” do furto

A Polícia agora trata bandido como “empresário”. Veja a pérola publicada:

“Um empresário, identificado como Walter Filho, foi preso na manhã desta segunda-feira (30), suspeito de furto e roubo a uma residência na região do bairro Gurupi, na zona Sudeste.”

Foto: Reprodução/MN
Grande empresário do ramo de furtos


O chefe da quadrilha

Segundo o delegado Canabrava: "Este empresário, há cerca de 90 dias, comandou o roubo e furto de joias na região do 24º DP.”

Ou seja, Walter Filho era o chefe da quadrilha — com quatro bandidos sob seu comando. Mas o nome genérico, “Walter Filho”, mais parece proteção: filho de quem? Empresário do quê?

Charles atira e recua

A saída com recado

Charles Silveira deixou a presidência da Fundação Municipal de Saúde (FMS) com um recado velado, mas certeiro. Disse que sua saída “abriria espaço para emendas parlamentares”, insinuando que, enquanto esteve lá, não aceitaram negociar.

Foto: Reprodução
Charles da Silveira, caiu, mas caiu atirando


Taxa de retorno?

A fala de Charles insinua o que muitos suspeitam: a existência da famigerada “taxa de retorno” para liberação de emendas parlamentares. Ele ainda fez críticas sutis ao prefeito, com quem era amigo de infância, e a secretários — especialmente ao de Comunicação.

Comunicação muda

Segundo Charles, Ellyo Teixeira, atual secretário de Comunicação, se mostra ineficaz e distante: “É com o prefeito”, repete, fugindo de decisões. Mas isso parece regra em toda a gestão, onde tudo depende exclusivamente da palavra do chefe.

Hospital da Mulher e o sobrinho do senador

A obra que não existe

O senador das estradas destinou mais de R$ 40 milhões em emendas para o Hospital da Mulher. A obra, no entanto, nunca foi executada. Apenas a placa foi instalada.

Foto: Foto: reprodução internet
Cadê o Jivago que estava aqui? Sumiu!

A construtora do sobrinho

A responsável pela obra é a construtora de Jivago — sobrinho do senador e agora famoso pelo escândalo do condomínio Costa do Sardin, onde investidores denunciam prejuízo superior a R$ 30 milhões. A Prefeitura já denunciou tanto Dr. Pessoa quanto a construtora ao Ministério Público.

Praia do Sardin: rumo ao MP

Na próxima terça-feira, compradores lesados no condomínio Costa do Sardin devem comparecer ao Ministério Público. O prejuízo estimado passa dos R$ 30 milhões. A esperança agora é ver a água ferver do lado certo.

Georgiano e as canetas

Georgiano Neto não está doente, mas tirou licença de 120 dias da Assembleia. Nos bastidores, comenta-se que a única mudança visível é o uso de “canetas emagrecedoras”. Nada de SPA, mas um ajuste estético, talvez mirando 2026.

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Deputado Georgiano, rumo a reeleição e a magreza


Presídios em crise

A fome 

O sistema penitenciário nacional está de olho no Piauí, porque a secretaria de Justiça não estaria tratando bem os detentos do Estado, à conta de débitos que se acumulam, apesar da boa vontade e interesse do secretário, Coronel Carlos Augusto, em resolver as pendências e melhorar o sistema.

Foto: Reprodução
Penitenciaria Irmão Guido

E a vontade de comer

A manifestação do secretário, tornada pública na semana passada, criticou de uma maneira tal a gestão anterior que mais pareciam adversários tratando do mesmo tema. 

O custo 

Mas, quem conhece a atual equipe da SEJUS de perto, sabe muito bem que é uma forma de pressionar o governo a repassar recursos para que tudo possa melhorar, pelo menos um pouco. 
Está mesmo muito ruim. De instalações físicas ao resto, as penitenciárias do Piauí estão deixando muito a desejar.

O relógio suíço na república dos bets

Vitinho e o tigrão

Victor Linhares, ex-suplente de vereador, apareceu na CPI das Apostas como personagem lateral de um escândalo milionário. Segundo a revista Piauí em matéria de João Batista Jr., ele teria vendido um relógio suíço caríssimo para Fernandinho OIG — o homem-forte do “Tigrinho”.

Foto: Reprodução/CMT
Ex-suplente de vereador Victor Linhares


O relógio suíço 1

O ex-suplente de vereador Victor Linhares fez parte de uma situação no mínimo esquisita, que foi tema de uma reportagem da revista Piauí, durante a semana. 

O relógio suíço 2 

Vitinho, como é chamado, teria vendido para Fernandinho OIG, o homem dos milhões do tigrão, um relógio raro e caro, valor que foi confirmado pela CPI do Senado, que demonstrou essa troca de valores entre eles.

O relógio suíço 3

Como se não bastasse a suspeita em um negócio que chama atenção em qualquer lugar do mundo, fica a dúvida de como, quando e de quem Vitinho teria adquirido tal preciosidade.

O olho do dono 1

Vem cá, será que alguém acredita que um assessor que ganha no máximo R$ 15 mil ao mês vai comprar um relógio mais caro que o valor de um bom apartamento de 100 metros na zona leste de Teresina? 

O olho do dono 2

Nessa daí, o senador Ciro Nogueira pisou feio, e deve ter dado um frio na espinha de seus marqueteiros, porque a explicação saiu bem pior que a própria história. Mas na republiqueta em que o senador tem poder de mando tudo é possível. Não é?

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