Frei Adolfo Temme: O chapéu do Barão

O Barão havia colocado um poste na praça, e na ponta do poste o chapéu dele

Bom dia, irmãos
Bom dia, irmãs.

O chapéu do Barão

Aconteceu na Suiça, antes da Libertação. O Barão que dominava, não sei o nome dele, nem merece ser lembrado. Mas Guilherme Tell que era caçador valente, este sim, quero enaltecer. O Barão havia colocado um poste na praça, e na ponta do poste o chapéu dele. Um vigia ficava junto do poste para prestar atenção . Quem passava na praça tinha que fazer reverência e dizer: VIVA O BARAO! Ninguem ousava desobedecer, e o vigia tinha vida tranquila.

Um dia a história mudou. Chegou o caçador Guilherme Tell que não tinha costume de bajular, acompanhado do seu filho pequeno. Vendo o poste, cuspiu no rumo do vigia e gritou: MORRA O BARÃO. 
A confusão foi grande e não demorou:  Chegou o Barão, chegou o povo, e o  poderoso falou para a caçador: "Eu podia ti matar logo, mas vou ti dar um desconto." O Barão deixou o filho de Guilherme numa certa distância
e colocou uma maçã na cabeça dele. Depois falou ao caçador "Atire na maçã e estarás livre!"

O povo todo segurou a respiração, enquanto Guilherme preparava o arco, prevenindo-se com duas flechas. O menino confiou no pai e não piscou um olho. O tiro foi certeiro e furou a maçã. O povo aplaudiu de um modo barulhento mas o Barão esmagou a alegria, dizendo: "Diga-me, Guilherme, porque ti perveniste com duas flexas?" Todo mundo se calou, quando o caçador falou sem arrodeio: "Se a primeira ferisse meu filho,  a segunda furava teu coração depravado!" 
Com estas palavras Guilherme deixou a praça, e o susto do Barão foi tão grande que nem mandou atrás do caçador. Disto nasceu a revolta que terminou com a libertação do povo. Ainda hoje os Suíços reconhecem o caçador como o maior herói nacional.

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