Design thinking para RH: conceito pode ajudar na gestão de pessoas

Metodologia facilita a organização de dados e ideias, a tomada de decisões mais assertivas, o aprimoramento de conhecimentos e a resolução de problemas

Abordagens colaborativas no ambiente do trabalho estão cada vez mais valorizadas. Questões práticas como criar uma cesta de benefícios conforme as necessidades dos funcionários, como o cartão refeição e outros que estimulem o cuidado físico e mental, têm movimentado times de RH. Uma das formas de tornar esse tipo de decisão mais participativa é o design thinking.

Foto: zunateranaskote/Freepik

O conceito propõe uma construção colaborativa de ideias, tem caráter otimista, experimental e visual e é centrado no ser humano. Por meio da inovação e da empatia, essa abordagem incentiva a exploração de novas ideias, a prototipagem e a interação constante entre as pessoas para buscar soluções criativas e eficientes para os mais diversos desafios enfrentados numa empresa. 

A perspectiva ganha espaço nos setores de RH quando o assunto é inovação, devido à sua natureza multidisciplinar e ao pensamento crítico. Ela facilita a gestão de pessoas por meio da organização de dados e ideias, da tomada de decisões mais assertivas, do aprimoramento de conhecimentos e da resolução de problemas.

Como a empatia e a compreensão são pilares do design thinking, o entendimento da empresa em relação às reais demandas do colaborador passa a definir quais benefícios corporativos serão oferecidos de modo mais proveitoso. 

Além da preocupação com refeição ou vale-alimentação, o plano de saúde, o auxílio-creche, e o vale-academia Gympass são alguns exemplos.

Segundo o relatório The Future of RH 2022, da KPMG, tem sido observada uma mudança importante no mundo corporativo, com foco crescente nas pessoas e na cultura organizacional. Nesse sentido, as equipes de RH têm sido reformuladas para refletirem essa abordagem, que destaca a necessidade de incentivar uma cultura que privilegia o cuidado, o propósito e a entrega, ao mesmo tempo que coloca as pessoas no centro das iniciativas de transformação. 

Além disso, a tendência até 2025 é que sejam estabelecidos centros de especialização dentro das funções, com áreas como equidade e inclusão, talento, recompensa, diversidade, bem-estar e design do local de trabalho. Com base na abordagem, os responsáveis pelos recursos humanos podem propor ações para melhorar a comunicação interna, o engajamento e indicadores como horas extras, produtividade e turnover.

Esses aspectos são particularmente importantes, uma vez que as práticas de incentivo são apontadas pelo Human Capital Institute como fundamentais para atrair e reter talentos, bem como mantê-los motivados. Incentivos que promovem o bem-estar dos profissionais elevam em até 56% o seu engajamento e aumentam em 36% o quantitativo de retenção.

É preciso investigar os problemas para solucioná-los

Como enfatizado no portal do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com o design thinking, as organizações priorizam a investigação do problema para, só então, buscarem soluções. A partir daí, essas estratégias são estruturadas, testadas e aprimoradas de modo constante. 

Esse sistema permite que produtos, serviços ou processos desenvolvidos – como no caso do setor de RH – sejam mais eficientes e assertivos em atender às expectativas e às necessidades dos funcionários, parceiros e clientes, por exemplo, aumentando as chances de uma empresa obter bons resultados por meio de seu trabalho e alcançar sucesso no mercado.

Etapas para colocar o design thinking na prática 

De modo geral, existem seis etapas para colocar o design thinking em prática. Elas são amplamente discutidas por fontes relacionadas à área de design, inovação, gestão de projetos e empreendedorismo, como sites e portais especializados e livros como "Design thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias", de Tim Brown, e "Design thinking Brasil", de Tenny Pinheiro.

Essas seis ações são divididas em três momentos do design thinking, que incluem a imersão no problema, a idealização das soluções e a implementação propriamente dita dessas saídas. Na fase da imersão, é preciso criar empatia, ou seja, fazer pesquisas sobre o problema e compreender, de forma empática, quais são as necessidades das pessoas ou organizações envolvidas. A partir daí, é importante reunir todas as informações e consolidá-las, delimitando o que deve ser criado.

O segundo passo é a exploração, em que é necessário pensar formas diferentes de lidar com um problema. Desafiar suposições e gerar ideias criativas por meio de brainstormings, por exemplo, sem receio de errar, é uma dica. Depois, é a hora da prototipação, que consiste em elencar as melhores ideias, considerando aquelas que ofereçam maior potencial de possíveis soluções. Esse é o momento de criar protótipos que ajudem a analisar o desempenho das ideias propostas. 

Já na etapa da implementação, que integra a quinta e a sexta ação para colocar o design thinking em prática, é preciso testar e desenvolver. O teste diz respeito à validação da solução com potenciais clientes e avaliação sobre a taxa de aceitação ser satisfatória ou não. Caso a resposta seja negativa, é necessário retornar a etapas anteriores para ajustar, descartar soluções ou iniciar o processo do zero. 

O desenvolvimento, por sua vez, é a finalização da versão oficial das soluções, produtos ou serviços pensados. Essa é a hora de preparar a estratégia e colocá-la em prática.

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