O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, foi deposto de seu cargo nesta quinta-feira (7) pela decisão dos desembargadores da 21ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A determinação inclui o afastamento dos oito vice-presidentes da entidade: Antônio Aquino Lopes, Fernando Sarney, Francisco Noveletto, Hélio Cury, Marcus Vicente, Reinaldo Carneiro Bastos, Roberto Góes e Rubens Lopes.
Os magistrados também determinaram que o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz, assuma interinamente a presidência da CBF pelos próximos 30 dias, período no qual será conduzida uma nova eleição.
A decisão passará a vigorar após sua publicação, prevista para segunda-feira (10), considerando o feriado na Justiça nesta sexta-feira e o recesso da CBF.
Ednaldo Rodrigues assumiu a presidência da CBF em agosto de 2021, em meio a denúncias de assédio sexual contra o então presidente Rogério Caboclo. Na ocasião, ele assumiu uma Seleção Brasileira com técnico e coordenador já escolhidos pela gestão anterior, sob a liderança de Tite, atual treinador do Flamengo.
O afastamento de Ednaldo Rodrigues está relacionado a uma ação movida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) em 2018, que questionava a adequação do estatuto da CBF à Lei Pelé, exigindo peso igualitário entre federações e clubes. O processo teve início durante a gestão de Rogério Caboclo, afastado por denúncias de assédio sexual. Ednaldo, na época vice, assumiu interinamente, negociou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MPRJ e foi posteriormente eleito presidente. No entanto, a decisão dos desembargadores levanta questionamentos sobre a consulta aos demais vice-presidentes no acordo e a competência do juízo de 1º grau para homologar o acordo.