O futebol português não para de produzir talentos — mas João Neves não é só “mais um”. Com apenas 19 anos, ele já é titular absoluto no meio-campo do Benfica, virou aposta da seleção e está na mira dos gigantes da Europa. A etiqueta de 100 milhões de euros já está colada nas costas. E com ela vem tudo: pressão, comparações, expectativa exagerada. Neste texto, vamos olhar para o que ele faz em campo, de onde vem tanto hype, e se esse preço faz sentido ou é só mais um caso de inflacionar promessa antes da hora.
João Neves tem só 19 anos, joga como médio defensivo e hoje é peça-chave no meio-campo do Benfica. Ele virou titular depois da saída de Enzo Fernández e, desde então, não saiu mais do onze inicial. Não é só um jogador promissor — é um jogador já pronto para grandes jogos, com uma maturidade fora do normal para a idade. Quando vemos esse tipo de ascensão, é normal que nomes como candyspinzcasino.pt ou páginas de transferências já falem em valores milionários. Mas o caminho até aqui foi tudo menos sorte.
Neves cresceu no Seixal, o coração da formação do Benfica. Chegou ao clube ainda criança e foi subindo degrau por degrau. Em 2022 já se falava nele dentro do clube como “o próximo grande médio do Seixal”. A virada veio em 2023, quando entrou numa fase decisiva do campeonato e não tremeu. Desde aí, foi ganhando minutos, depois jogos inteiros, e hoje ninguém discute sua titularidade. O mais impressionante? Ele não teve uma fase de adaptação. Parecia que já estava preparado havia anos.
João Neves não tem números chamativos. Não marca muitos gols, nem dá assistências todo jogo. Mas quem olha só para isso está vendo o jogador errado. O que ele entrega é controle total do meio-campo. O toque é limpo, o drible curto é eficaz, e os passes curtos saem rápidos, sempre com intenção. Ele não joga bonito — ele joga certo. Tem visão de jogo acima da média, e não precisa de muito espaço pra decidir a jogada certa. Com a bola ou sem ela, o tempo de reação dele impressiona. É o tipo de jogador que acelera ou acalma o jogo com um só toque.
Resumo rápido do que ele entrega:
Taticamente, ele parece muito mais velho. Sabe onde se posicionar, fecha linhas de passe antes delas se abrirem e tem um sentido de urgência que poucos da idade mostram. A maturidade é absurda: já entrou em clássicos, jogos da Champions e finais sem se esconder. E sempre joga simples. Comparar? Ele é menos vertical que o Enzo, mais dinâmico que o João Mário, e mais objetivo que o Frenkie de Jong nos tempos do Ajax.
Não foi só o talento que colocou João Neves no radar dos gigantes da Europa — foram os jogos grandes. Contra o Porto no Dragão, foi um dos melhores em campo: recuperou bolas, pressionou alto e não errou quase nenhum passe. Na Champions, contra o Inter, mesmo com o Benfica em desvantagem, ele manteve o nível — tocou mais de 80 vezes na bola, com 93% de acerto nos passes. Contra o Sporting, num dérbi intenso, fez sete recuperações, venceu seis duelos no chão e ainda encaixou três passes progressivos que quebraram a linha defensiva.
As estatísticas não mentem: ele gira sempre perto dos 90% de acerto nos passes, recupera em média 7 a 8 bolas por jogo e tem um número alto de passes verticais, algo raro num médio defensivo tão jovem. Em redes sociais, viralizou uma jogada contra o Marseille — ele recebe pressionado com dois marcadores nas costas, sai com um giro de corpo e lança um passe entre linhas que inicia o contra-ataque. Coisas assim são difíceis de treinar — é instinto, leitura e sangue frio. E é isso que faz os olheiros prestarem atenção.
O Benfica não forma só jogadores — forma ativos de mercado. O modelo do clube é claro há anos: comprar barato, formar melhor ainda e vender caríssimo. Já vimos isso com João Félix, vendido por 126 milhões ao Atlético, com Rúben Dias para o City, e com Enzo Fernández logo após o Mundial. João Neves é o próximo da fila. O clube sabe disso e trata o jogador como tal. Não há pressa pra vender, mas a vitrine está montada.
Quem está de olho de verdade:
Hoje, há três gigantes com os olhos bem abertos: o Manchester United, que busca renovar o meio-campo; o PSG, sempre de olho em jovens com potencial de revenda; e o Bayern, que acompanha o jogador desde a Champions. Além disso, o agente de Neves é Jorge Mendes — e isso por si só já faz barulho. A imprensa portuguesa também ajuda a inflar a cotação com manchetes semanais. Tudo isso cria um ambiente onde o valor de mercado sobe antes mesmo da proposta chegar.
João Neves não é só mais uma promessa do Seixal — ele já é realidade no Benfica e tem tudo para ser um dos médios mais valiosos da Europa nos próximos anos. Com técnica refinada, leitura tática madura e nervos de aço, ele mostrou em campo por que os 100 milhões não são exagero. Se o mercado seguir a lógica, não vai demorar para vermos outro negócio histórico sair da Luz.