Precatórios intensificam déficit anual do governo para R$ 230,54 bilhões

Pagamento de precatórios elevou déficit, sendo o segundo maior resultado negativo ficando atrás apenas do déficit de 2020

O Governo Central encerrou o ano de 2023 com um déficit primário de R$ 230,54 bilhões, sendo este o segundo maior registrado desde o início da série histórica, ficando atrás apenas do déficit de 2020, agravado pela pandemia de covid-19. A quitação de precatórios após acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF) foi um fator determinante para esse resultado, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional.

Foto: José Cruz/ Agência Brasil

Os precatórios, dívidas do governo com sentença judicial definitiva, foram parcelados ou adiados após uma emenda constitucional em 2021. No entanto, em 2023, o governo optou por quitar parte dessa dívida para evitar um passivo ainda maior no futuro.

Apenas no mês de dezembro, o déficit primário atingiu R$ 116,15 bilhões, sendo impulsionado pela quitação dos precatórios em atraso. Esse valor representa o maior déficit registrado para o mês desde o início da série histórica em 1997.

Sem os precatórios, o déficit de dezembro teria sido de R$ 23,8 bilhões, valor abaixo das estimativas das instituições financeiras. O resultado negativo ficou dentro da meta estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano passado.

Em relação às receitas e despesas, as receitas líquidas subiram 2,3% em valores nominais, porém recuaram 2,2% após descontar a inflação. Já as despesas totais subiram 17,7% em valores nominais e 12,5% após descontar a inflação, com destaque para os gastos com programas sociais, previdência social e saúde.

Os investimentos do governo federal totalizaram R$ 82,23 bilhões em 2023, registrando alta de 72,5% acima da inflação em relação ao ano anterior. No entanto, essa despesa tem apresentado volatilidade devido ao ritmo variável no fluxo de obras públicas.

Apesar dos desafios enfrentados, o governo tem buscado aumentar a arrecadação e revisar gastos para melhorar as contas públicas e reduzir o déficit, com projeções de aproximá-lo de cerca de R$ 100 bilhões em 2023, segundo anúncio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no início do ano.

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