O Piauí consolidou-se como um dos maiores exportadores de mel do Brasil, com receitas superiores a R$ 100 milhões anuais. Cerca de 93% da produção do estado é destinada ao mercado internacional, tendo como principais destinos a União Europeia – especialmente Alemanha e Itália – e países da América do Norte, como Estados Unidos e Canadá. Em 2024, o estado deverá produzir mais de 8 mil toneladas de mel, colocando-o entre os principais polos apícolas do país.
A atividade beneficia mais de 10 mil famílias no semiárido piauiense, que enxergam na apicultura uma importante fonte de renda. Com o apoio de mais de 10 cooperativas e grupos informais, o mel piauiense é reconhecido por sua alta qualidade, resultado de um manejo cuidadoso e condições climáticas favoráveis. Segundo Francisco das Chagas Ribeiro, diretor da Secretaria Estadual de Agricultura Familiar (SAF), o mel é o terceiro produto mais exportado pelo Piauí, um reflexo do compromisso do estado com a sustentabilidade e o mercado global.
O fortalecimento do setor vem sendo impulsionado por parcerias entre a SAF, a Codevasf e outras instituições, que têm modernizado a infraestrutura de produção. A construção e modernização de casas de mel, com equipamentos como centrífugas e decantadores, têm garantido padrões rigorosos de higiene e manejo adequado. Além disso, projetos de reflorestamento e plantio de mudas em regiões como Picos, Simplício Mendes, Itainópolis e Campo Maior têm reforçado o papel ecológico da apicultura.
Além de gerar empregos e renda, a apicultura no Piauí desempenha um papel crucial na preservação ambiental, graças à polinização das abelhas, essencial para a vegetação nativa. "Criar abelhas é um grande negócio e uma excelente oportunidade para gerar emprego e renda no campo", afirma Francisco Ribeiro, destacando o impacto positivo da atividade para a economia e o meio ambiente. O sucesso da apicultura piauiense, portanto, mostra a sinergia entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade.