Equipe de Pessoa tenta empurrar salário de dezembro para Silvio pagar em 2025

Prefeitura de Teresina tenta empurrar dívida salarial do funcionalismo de R$ 60 milhões para próxima gestão

Você autorizaria a liberação de recursos para uma prefeitura nos últimos momentos de sua gestão, gestão essa marcada por sinais de colapso, em que até mesmo o dinheiro destinado à folha de pagamento é segundo denúncias, desviado, reduzindo-a em 20 milhões de reais? E para piorar, e se essa dívida fosse deixada para Silvio Mendes, próximo gestor que assumirá em 2 de janeiro de 2025, pagar. 

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Valores da folha da PMT de dezembro

É isso que acontece na prefeitura de Teresina neste momento.

Em um documento da Secretária Municipal de Administração e Recursos Humanos (SEMA), adquirido pelo Portal AZ, é relatado que durante uma reunião que contou com participação de Victor Coutinho Leal, secretário executivo da SEMA, Mônica Gardênia Brito Galvão, Secretaria Municipal de Finanças (SEMF), a diretora de recursos humanos da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Sâmia Vieira Batista da Silva e, Lyndon Johnson Dantas, supervisor de Pessoal da Sema. Diz o documento ainda que havia mais três outras pessoas não nomeadas, mas que segundo informações de participantes da reunião eram Admilson Brasil, Sol Pessoa e Stanley Freire.


Durante a reunião foi definido que 1/3 do pagamento das férias coletivas do magistério, a serem pagos este ano, seja transferido para o 2 de janeiro de 2025, no colo da próxima gestão que assume uma capital em bancarrota. 
 

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Documento fala de transferir pagamento para próxima gestão

No documento também se fala na divisão em duas folhas de pagamentos de pessoal, nos dias 30 e 31 de dezembro para aquilo que a prefeitura pode pagar, o problema é segundo o próprio documento é que o pagamento pode não ser feito por conta de feriado bancário nos respectivos dias. As duas folhas somam R$ 19 milhões de reais.

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Documento fala sobre possibilidade de não pagar folha nos dias 30 e 31 de dezembro

Consta ainda no documento que se fará retirada da folha de pagamentos todas as gratificações, vantagens e direitos pessoais dos servidores, pagando apenas o salário bruto, descontado o valor da previdência, resultando em um salário líquido reduzido em 19 milhões de reais, conforme indicado. 

Soma-se ainda ao bojo do déficit, mais R$ 10 milhões de não recolhimento de previdência.

Há três problemas nessa ação da prefeitura, a supressão de vantagens, como horas extras, que são direitos dos servidores; o atraso no pagamento, que deveria ocorrer na segunda e terça, mas foi adiado para a semana seguinte, sendo que terça é feriado bancário; onde subssume-se o risco de o dinheiro ser desviado para outros fins. 

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Folha de pagamento aberta da PMT

Quem garante que os 50% dos 40 milhões, programados para o dia 31, serão efetivamente reservados para pagar a folha no início de janeiro? Ou existe o risco de esses recursos serem utilizados de forma indiscriminada e sem critérios?

E o que três pessoas que não pertencem aos setores de recursos humanos, educação, saúde, administração ou finanças podem estar discutindo sobre folha de pagamento e contas a pagar? Haveria algum crime nessas condutas? Seria exploração de prestígio, algum tipo de facilitação, ou haveria possibilidade de ter ocorrido um crime mais grave?

O que se sabe é que trata-se de uma "manobra" de 60 milhões de reais que não vai para o bolso dos pais de família, mas quem sabe para os cofres de famílias importantes.

Arquivo do despacho SEIPMT

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