Diante do rombo de R$ 3 bilhões anunciado pela Prefeitura de Teresina, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) adotará medidas administrativas para enfrentar a crise financeira sem comprometer os serviços prestados à população. A informação foi confirmada pelo presidente da FMS, Charles Silveira, em entrevista ao PortalODia.com nesta quarta-feira (14).
Segundo o gestor, os ajustes envolverão cortes em áreas burocráticas, racionalização de processos internos e revisão de contratos vigentes. “Vamos fazer cortes, não no sentido de diminuir o atendimento, mas da burocracia, da atividade meio, para saber de que forma vamos reduzir esses recursos. Gastar menos e efetivar mais serviços”, afirmou.
Silveira destacou ainda que a atual gestão herdou um sistema “caótico” e que, mesmo após reduções de despesas já implementadas, a situação exige medidas mais rígidas. “Recebemos um sistema caótico e, diante disso, temos que racionalizar nossos processos. É difícil? Sim, mas estamos debruçados sobre isso”, disse.
Uma auditoria em andamento na FMS busca apurar a origem de um débito de aproximadamente R$ 110 milhões, parte do passivo herdado. O objetivo é identificar quais contratos são passíveis de pagamento e orientar renegociações. “É um trabalho permanente que é agravado pela situação de sufoco financeiro”, relatou o presidente.
Apesar do cenário adverso, Charles Silveira garantiu que a prestação de serviços seguirá normalmente. “Nosso trabalho é nesse sentido: que a operação na saúde continue como está e que a gente busque permanentemente melhores resultados. Temos a convicção de que, mesmo com dificuldades, manteremos nossas atividades essenciais.”
A Prefeitura de Teresina, por meio da Procuradoria Geral do Município (PGM), também está mobilizada para reduzir o impacto das dívidas bancárias e revisar contratos considerados onerosos. Além disso, a gestão municipal articula com a bancada federal piauiense a captação de novos recursos para reforçar o sistema de saúde.
“O prefeito tem colocado a PGM para atuar na redução dos custos com dívidas bancárias, e a revisão de contratos está em andamento. Temos confiança de que, com o apoio da bancada federal, conseguiremos novos aportes de recursos”, concluiu Silveira.