O Piauí se destaca como protagonista na transição energética ao iniciar a construção da maior usina de hidrogênio verde (H₂V) do mundo, localizada em Parnaíba. A obra, realizada pela multinacional espanhola Solatio Energia Livre, começou com a supressão vegetal e limpeza de 154 hectares na Zona de Processamento de Exportação (ZPE), gerando mais de 2 mil empregos diretos. Com um investimento de R$ 27 bilhões, o projeto promete transformar o estado em um polo de combustíveis limpos, com capacidade para produzir 400 mil toneladas de H₂V e 2,2 milhões de toneladas de amônia verde anualmente.
A escolha do Piauí para sediar essa usina histórica se deve à abundância de recursos hídricos e energia limpa disponíveis no estado. Além disso, o governo estadual está comprometido em fomentar iniciativas de energias renováveis, alinhando-se à crescente demanda global por alternativas aos combustíveis fósseis. O diretor de projetos da Solatio, Júnior Fonseca, destacou a importância do Piauí por sua potencialidade natural e políticas favoráveis à transição energética, reforçando que o projeto impactará positivamente tanto a economia local quanto o meio ambiente.
A primeira fase da obra deve gerar 2,3 mil empregos diretos até 2031 e atrair novas indústrias, como fábricas de fertilizantes e siderúrgicas, que poderão utilizar o hidrogênio verde na produção de aço verde. Além disso, a usina consumirá 3 GW de energia, o que triplica a demanda atual do estado e deverá resultar em benefícios fiscais, aumentando a arrecadação de impostos. O projeto foi estruturado para seguir rigorosos protocolos ambientais, garantindo a preservação da fauna e flora locais durante a construção.
Com esse investimento, equivalente a um terço do Produto Interno Bruto (PIB) do Piauí, estimado em R$ 72,8 bilhões, a usina de hidrogênio verde não apenas posiciona o estado como um líder na produção de combustíveis limpos, mas também coloca o Piauí no cenário internacional como fornecedor de amônia, metanol e combustíveis sustentáveis.