Na manhã desta segunda-feira, em uma reunião na Administração Superior da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), o reitor Evandro Alberto de Sousa dialogou com professores e estudantes em greve. Nesse encontro, o reitor se comprometeu a estabelecer um canal de negociação com o governador Rafael Fonteles, buscando uma solução para as demandas apresentadas pelo movimento grevista.
O compromisso do reitor surgiu logo após o anúncio do governador, em redes sociais, de um reajuste linear de 4,7% para todos os servidores estaduais. Contudo, esse índice não foi bem recebido pelos docentes da Uespi. Lucineide Barros, da coordenação do Sindicato dos Docentes da Uespi (Adcesp), enfatizou que o percentual está distante das perdas salariais acumuladas, chegando a 68% nos últimos 10 anos, conforme estudo técnico de economistas. A Adcesp argumenta que, se o governo não pode pagar os 68% de uma vez, deve apresentar uma contraproposta mais significativa.
"A nossa palavra de ordem é negociação. Tivemos vitórias recentes no campo jurídico que reforçam a legalidade de nossa greve. Não queremos prolongar a disputa judicial nem a greve por muito tempo. Por isso, queremos a abertura de uma mesa de negociação onde o governo apresente uma contraproposta decente", afirmou a professora Tatiana Oliveira, do Comando de Greve docente.
Os docentes da Uespi estão em greve desde 2 de janeiro, reivindicando a reposição de perdas salariais e se opondo a mudanças no Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) propostas pelo governo, que impactam no tripé ensino-pesquisa-extensão. Os estudantes também aderiram à greve em apoio aos professores, buscando pautas relacionadas à assistência estudantil para garantir a permanência na universidade. Atualmente, nenhum dos campi da Uespi oferece residências ou restaurantes universitários.