Reynaldo Gianecchini desabafa sobre críticas por interpretar drag queen

“Interpretar um abusador quase psicopata é legal, mas uma drag queen não é”, rebateu o ator sobre as críticas pelo seu personagem em “Priscilla, Rainha do deserto”

O ator Reynaldo Gianecchini, de 51 anos, revelou sua frustração com as críticas e comentários negativos que tem recebido por interpretar uma drag queen no musical "Priscilla, Rainha do Deserto". Gianecchini dá vida a Mitzi/Tick, uma das personagens centrais da produção teatral. “Esse é o Brasil que a gente vive”, reagiu ele. 
 

Foto: Reprodução/Instagram
Reynaldo Gianecchini reage as críticas sobre seu personagem drag queen

O ator comparou a recepção do público a esse papel com a de um personagem anterior, um abusador quase psicopata, que interpretou em uma série de streaming.
"Um dos últimos personagens que eu fiz foi um abusador, um cara terrível, quase um psicopata. A série foi muito bem recebida porque levantou bastantes discussões importantes, recebi muitos comentários positivos do meu trabalho e da série. Agora no meu trabalho recente estou fazendo uma drag queen no teatro e sim, tem muita gente que adora e vai ver a peça, mas estou recebendo um monte de comentários negativos de pessoas que misturam o personagem com a minha vida pessoal", relatou Gianecchini.

Recentemente, o ator causou polêmica ao participar de um ensaio fotográfico ousado, em que aparece nu utilizando uma técnica comum entre drag queens para esconder o órgão sexual. As fotos foram uma homenagem ao mês do Orgulho LGBTQIAPN+, mas atraíram diversas críticas nas redes sociais.

Foto: Brunno Rangel
Reynaldo Gianecchini usa truque drag para esconder órgão sexual

Gianecchini ressaltou a hipocrisia de parte do público, que aceitou bem seu papel de psicopata, mas critica sua atuação como drag queen. "Destilam toda sua raiva, seus preconceitos e falam coisas inacreditáveis. Tudo bem ser um psicopata, um abusador, e não confundiam com a minha vida pessoal, mas uma drag queen sim. Muita gente não queria me ver nesse papel, querem me cancelar. Curioso, né? Um psicopata é legal, mas uma drag não é", desabafou.

O ator finalizou com um recado para aqueles que confundem sua vida pessoal com os personagens que interpreta: "E pra quem confunde o meu trabalho, meus personagens, com a minha vida pessoal, eu digo: eu sou um ator. Eu realmente não ganho a minha vida fazendo drag queen, mas se essa fosse minha escolha, ficaria muito feliz porque são pessoas, artistas que eu admiro. O que eu não admiro e jamais queria ser é um cara preconceituoso, que dissemina ódio, raiva, que não acolhe, não é empático, um cara que não vive a vida de verdade e vive que nem gado".

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