O Ministério Público do Piauí (MP-PI) realizou inspeção no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) após denúncia sobre o desabastecimento de insumos na Atenção Especializada da rede pública de saúde municipal de Teresina.
Os agentes percorreram os setores da Farmácia e Nutrição e tiveram presença também de representantes do Conselho Regional de Medicina (CRM). A direção do HUT relatou que nos últimos meses, a FMS tem deixado de cumprir obrigações com fornecedores e que, devido a falta de pagamento, alguns têm deixado de fornecer os insumos.
Durante a inspeção hoje, houve debate com a direção do HUT sobre denúncias divulgadas na mídia e nas redes sociais sobre a falta de insumos e deficiências na nutrição dos internados.
O Diretor-geral do HUT, Anderson Martins Dantas, informou que irá se reunir com o Prefeito de Teresina e com a Presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS) para apresentar os problemas encontrados sobre o desabastecimento e necessidade emergencial de aquisição dos itens.
Anderson também pontuou que o HUT não tem autonomia financeira para realizar pagamentos de fornecedores e que a FMS tem enviado uma quantidade menor do que é pedido e alguns fornecedores têm deixado de fornecer por falta de pagamento do que é devido.
O presidente do Conselho Regional de Medicina, Dagoberto Silveira, afirmou que a situação é grave, uma vez que não há previsão de estoques a longo prazo.
“É responsabilidade da Fundação e vejo que o Hospital está tomando, para si, assuntos que são da FMS. A direção está resolvendo a toque de caixa, sem ter conhecimento do longo prazo”, citou.
Em relação à nutrição dos pacientes, a inspeção detectou, que há mais de um mês não há estoque de carne vermelha, apenas frango e peixe. O Promotor de Justiça, Eny Pontes destacou que a farmácia está funcionando com deficiência de medicamentos e materiais.
Ao final da vistoria, o promotor deliberou pela realização de uma audiência com a Presidente da FMS e a Secretaria de Finanças do Município, com o intuito de que ambos justifiquem e apresentem solução imediata para esses problemas. “Não podemos aceitar as informações e promessas por parte da FMS e Secretaria que não são cumpridas. Muitos fornecedores estão deixando de entregar medicamentos e materiais de consumo por falta de pagamento”, relatou