A piauiense Auricelia Nunes, integrante da Seleção Brasileira de Parabadminton foi impedida de entrar em um voo da Latam na madrugada desta quarta-feira por estar sem um acompanhante. A atleta tentava chegar a São de onde irá para a primeira etapa internacional do ano na modalidade, que acontecerá na Espanha.
Confira a nota de repúdio na íntegra:
Nota de repúdio!
Eu, Auricélia Nunes Evangelista, Paratleta da Seleção Brasileira de Parabadminton, ao embarcar na companhia, Latam Linhas Aéreas, às 2:40h do dia 15 de fevereiro de 2023, ou seja, hoje, no voo 3199 um rapaz que se diz “chefe de cabine” da Latam, fez o favor de falar que eu não poderia embarcar, porque sou cadeirante e não conseguiria ir ao banheiro da aeronave sozinha.
Detalhe, eu nem pedir para ir ao banheiro. Mesmo explicando e me identificando que, sou paratleta e que viajo há mais de 6 anos “sozinha”, Ele, simplesmente ignorou qualquer fala minha. “Por eu não andar, eu teria que ter um acompanhante”.
Estou convocada para compor a seleção Brasileira de Badminton e estou indo à primeira etapa internacional do ano, na Espanha e o “bendito cidadão”, me fala que, não posso viajar sozinha! Será que todo DEFICIENTE CADEIRANTE, quando entra em um avião, pede logo para ir ao banheiro? E será que todas as vezes é o mesmo, “Chefe de Cabine”, que o leva até o banheiro? E justamente por eu ser cadeirante, ele acha que tem o direito de tentar impedir meu direito de ir e vir?
Eu sou cadeirante, paratleta e tenho autonomia e direito de ir e vir com segurança e dignidade. Que a Latam Linhas Aéreas, capacite melhor seus funcionários e nos chame para entender quais são nossas reais necessidades, para embarcar. Porque, até meu horário das minhas necessidades fisiológicas ele, o “Chefe de Cabine”, quer controlar. Me chamem e perguntem quais são minhas necessidades. Eu uso uma cadeira de rodas, falo e conheço meus direitos. Agradeço a um funcionário da Latam Aracaju, que saiu do seu setor e veio esclarecer e intervir por mim, junto ao bendito “Chefe de Cabine”. Que isso não se repita com outros USUÁRIOS DE CADEIRA DE RODAS. Graças a Deus cheguei a São Paulo.