O Piauí e outros estados do Nordeste que estão apostando em atração de investidores externos para implantação de plantas de geração de hidrogênio verde podem estar dando um passo acertado para colocar a região como ponta de lança no Brasil para a transição energética. Isso porque, centros de pesquisa e agências internacionais de energia preveem que o hidrogênio supere o petróleo como principal commodity energética do mundo a partir da década de 2030.
Os estudos sobre o tema foram apresentados em síntese pelo professor Nivalde de Castro, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) antes do recesso parlamentar do meio do ano na primeira audiência pública da comissão especial da Câmara dos Deputados sobre transição energética.
O especialista aponta que o Brasil tem um potencial de produção de hidrogênio verde, o que poderá qualificar o país para esse novo mercado – como um dos protagonistas mundiais, mas antes que isso aconteça ele prevê etapas intermediárias, com adoção de fontes como gás, biometano e etanol, todas elas já presentes na matriz energética nacional. Segundo o especialista, a amônia verde deve prevalecer entre os possíveis derivados do hidrogênio no Brasil.
“Lá pelos anos 2040, iremos falar de barril de amônia e não mais de barril de petróleo, mesmo que tenhamos a oportunidade de explorar ao máximo as nossas reservas de petróleo”, declara o especialista.