As operadoras Tim, Claro e Vivo, importantes players de telefonia móvel no Brasil, estão sujeitas a penalidades pela Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações por omitirem comunicação sobre o uso de um software espião no país.
O caso tem envolvimento com serviço FirstMile, contratado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e usado por órgãos públicos, ao que tudo indica para monitorar cidadãos de forma ilegal e criar relatórios sobre opositores políticos durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O FirstMile foi desenvolvido pela empresa israelene Cognyte e está atualmente sob investigação da Polícia Federal, e a Anatel deve iniciar processos administrativos em breve.
Foi confirmado pela Anatel que as operadoras tinham conhecimento de ataques efetuados pelo FirstMile a cidadãos brasileiros, embora tenham tomado medidas de proteção sem notificar a agência. Esse comportamento irregular pode levar a punições administrativas. A agência ainda apura quando as operadoras perceberam os ataques, mas confirma que nenhuma tinha conhecimento prévio do uso do software espião até detectar as tentativas de invasão.
Até o momento, as operadoras não se pronunciaram oficialmente sobre as acusações da Anatel.
A operadora Vivo disse em nota enviada ao jornal que "investe de forma recorrente, em conformidade com a legislação vigente, em diversas tecnologias de segurança e prevenção a fraudes para proteção de seus clientes".