O ex-jogador Daniel Alves teve seu pedido de liberdade concedido pela Justiça espanhola, após 14 meses de prisão. O Tribunal de Barcelona estabeleceu uma fiança de 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões) para o jogador, que também está proibido de deixar a Espanha e terá que entregar seus passaportes (brasileiro e espanhol) à Justiça, além de comparecer semanalmente ao Tribunal.
Embora tenha sido condenado a quatro anos e meio de prisão por estuprar uma mulher bêbada em uma boate na Espanha, a pena foi significativamente reduzida em comparação com as solicitações do Ministério Público, que pediu nove anos, e da acusação da vítima, que solicitou 12 anos. O tribunal concedeu a liberdade provisória ao ex-jogador ao levar em conta o tempo em que ele passou preso.
O Ministério Público espanhol contestou o pedido de liberdade, alegando risco de fuga devido à pena alta e à capacidade financeira de Alves. No entanto, a soltura foi concedida com as condições de entrega dos passaportes de Daniel Alves e as visitas semanais ao tribunal. A liberdade não implica absolvição, apenas permite que Alves aguarde o desenrolar do processo em instâncias superiores.
Confira a sentença
Em audiência ocorrida nesta terça-feira (20), o ex-jogador prometeu não fugir durante a conclusão do processo. Além disso, a fiança estabelecida foi superior à proposta pela defesa do jogador, que ofereceu um depósito de 50 mil euros (R$ 273 mil). Por maioria dos votos, os juízes decidiram a favor do ex-jogador e concederam a liberdade, alegando que não existe risco de fuga de Daniel Alves.
"O tribunal delibera, por maioria e com voto individual: 'Acordar a prisão provisória de Daniel Alves, que pode ser evitada mediante o pagamento de uma fiança de 1.000.000 euros e, se o pagamento for verificado, e acordada a sua libertação provisória, ou retirada de ambos os passaportes, espanhol e brasileiro, a proibição de sair do território nacional, e a obrigação de comparecer semanalmente a este Tribunal Provincial, bem como quantas vezes for convocada pela Autoridade Judiciária", disse a sentença.
O Ministério Público ainda pode recorrer da liberdade provisória concedida a Alves, o que exigiria um recurso ao Superior Tribunal da Justiça da Catalunha (STJC). Enquanto isso, o jogador aguarda apenas os trâmites legais estabelecidos até o momento para deixar a prisão.