Lindaura Lianes Hijazi, brasileira de 51 anos, vive momentos de desespero em Beirute, no Líbano, onde enfrenta intensos bombardeios israelenses. Morando no país desde 1991, Lindaura se refugiou com o marido e dois filhos pequenos em um abrigo, após a destruição de sua casa na zona sul da capital libanesa. “Explodiram sete edifícios perto da minha casa. A sensação é de terremoto quando as bombas caem”, relatou a brasileira. Ela e sua família aguardam a chegada do avião enviado pelo governo brasileiro para deixarem o país.
O ataque aéreo, que começou em setembro, causou a morte de milhares e forçou milhões a abandonarem suas casas. Lindaura, que já vivenciou duas guerras anteriores, descreveu o caos nas ruas: “Você andava e via pessoas explodindo. Perto da minha casa, dois mísseis atingiram. Foi horrível.” Mesmo com a devastação ao redor, a brasileira lamenta não poder sair por conta das restrições financeiras. Ela espera pela repatriação, organizada pela Embaixada Brasileira, ao lado de outros 3 mil cidadãos.
Com seis filhos, sendo dois menores, Lindaura destacou o impacto psicológico nas crianças. “Minhas filhas gritam e se desesperam quando ouvem as bombas”, contou. A tensão é tão grande que sua cunhada, libanesa, entra em estado de choque durante os ataques. A família vive sob constante medo e ansiedade, enquanto aguardam o resgate para escapar da guerra.
A ofensiva israelense visa eliminar infraestruturas do Hezbollah, grupo que luta em solidariedade aos palestinos da Faixa de Gaza. Estima-se que, em mais de uma semana de ataques, o número de mortos tenha ultrapassado mil pessoas. A comunidade brasileira no Líbano, que soma cerca de 21 mil pessoas, é a maior da região, com muitos buscando ajuda para deixar o país.