O julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, teve início no 4º Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) nesta quarta-feira (30). Durante a sessão, serão ouvidas nove testemunhas, indicadas tanto pela acusação quanto pela defesa de Lessa. Élcio Queiroz, por sua vez, abriu mão de ouvir as testemunhas que havia solicitado previamente.
O assassinato de Marielle Franco desencadeou uma investigação complexa, que resultou na prisão de Lessa e Queiroz. Contudo, o desfecho do caso só começou a se desenhar em 2024, com a prisão dos suspeitos de serem os mandantes do crime: os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, além do então chefe da Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa, cujo processo está em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
Rivaldo Barbosa prestou depoimento virtual ao STF em outubro, negando qualquer envolvimento no assassinato da vereadora. Ele destacou ter conhecido Marielle através do ex-deputado Marcelo Freixo, ressaltando a atuação da vereadora na área dos direitos humanos.
Por sua vez, Domingos Brazão, em seu depoimento ao STF, negou conhecer pessoalmente Ronnie Lessa, réu confesso dos disparos contra Marielle. Já Chiquinho Brazão, também em depoimento, afirmou não ter tido contato com Lessa e elogiou a vereadora, descrevendo-a como alguém com um "futuro brilhante".
O julgamento dos acusados e a dinâmica do processo continuam a despertar interesse e comoção pública, dada a relevância e repercussão do caso Marielle Franco, que simboliza não apenas um crime brutal, mas também um ataque à democracia e aos direitos humanos no Brasil.