O mercado financeiro presenciou um cenário de extrema volatilidade nos últimos dias, com os preços do ouro alcançando valores históricos em meio a preocupações com uma possível guerra comercial em escala global. Impulsionado pela busca por ativos seguros, o contrato de ouro para abril encerrou a última sexta-feira atingindo a marca de US$ 3.086,5 por onça troy, registrando o maior valor de fechamento já visto na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
A intensificação das tensões comerciais, especialmente após a imposição de novas tarifas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, tem impactado significativamente o mercado. O Swissquote Bank destacou que o sentimento dos investidores permanece "azedo", com discussões acaloradas sobre tarifas e a crescente incerteza econômica mundial.
A analista de commodities do Commerzbank, Barbara Lambrecht, ressaltou que a busca por refúgio seguro tem aumentado à medida que as disputas comerciais se intensificam. Ela alertou para os riscos de uma possível desaceleração econômica nos EUA devido às sobretaxas impostas, enfatizando que o rali do ouro ainda pode ganhar força diante de indicadores econômicos que podem decepcionar na próxima semana.
Além das questões comerciais, as tensões geopolíticas têm contribuído para a valorização do ouro. O agravamento dos conflitos no Oriente Médio e a falta de um acordo de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia têm gerado instabilidade nos mercados.
Nesta sexta-feira, um ataque no subúrbio de Beirute realizado pelas forças israelenses após declarações do ministro da Defesa de Israel gerou preocupações adicionais. Enquanto no Leste europeu, a Rússia, por meio de seu porta-voz Dmitry Peskov, manteve a possibilidade de retomar ataques a instalações energéticas caso a Ucrânia viole o acordo estabelecido.
Diante desse cenário de incertezas e conflitos, o mercado segue atento às movimentações econômicas e políticas que podem impactar diretamente o valor do ouro e de outros ativos no curto e médio prazo.