Piauí pagou quase R$ 1,7 bilhão a bancos em 2024 — e a dívida segue crescendo

Governo aumenta gastos em meio a crise fiscal e novos empréstimos

Em meio a discursos otimistas do governo sobre equilíbrio fiscal e investimentos “estruturantes”, os números revelam uma outra realidade: em 2024, o Estado do Piauí desembolsou R$ 1.678.353.118,67 apenas com pagamentos a bancos — uma quantia bilionária que, mesmo assim, representa apenas uma fração da dívida total ainda pendente, que segue se arrastando por muitos anos à frente, somando amortizações e juros.

Foto: Reprodução/Governo do Piauí
Sefaz

Os dados foram checados no Portal da Cidadania – TCE-PI (consultado em 02 de maio 2025).

Segundo dados do Portal da Cidadania do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI), os principais beneficiários dos pagamentos foram:

Banco do Brasil (dividido em três registros): R$ 855.356.037,46

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Valor pago ao Banco do Brasil

BIRD (Banco Mundial): R$ 379.719.482,18

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Valor pago ao Banco Mundial


Caixa Econômica Federal: R$ 189.864.997,77

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Valor pago a Caixa Econômica Federal


BNDES: R$ 75.745.229,42

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Valor pago ao BNDES


Banco de Brasília (BRB): R$ 48.494.993,17

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Valor pago ao Banco de Brasília


Itaú Unibanco: R$ 128.073.378,57

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Valor pago ao Itaú Unibanco


Todos esses valores correspondem a valores pagos já liquidados, ou seja, dinheiro que efetivamente saiu dos cofres públicos em 2024.

A composição desses montantes — amortizações e juros — ainda não foi detalhada pelo governo. Mas a lógica da dívida pública indica que os pagamentos de 2024 não representam quitação, apenas manutenção: juros vencidos, amortizações parciais e repactuações rotineiras. O ciclo continua.

O custo invisível: dívida que empurra o futuro para o abismo

O mais preocupante é que esse volume financeiro exorbitante não representa o fim da linha. Ele é apenas um capítulo de uma novela de longo prazo, cujos custos ainda pesarão sobre os próximos governos e, sobretudo, sobre os contribuintes. A cada renegociação, o que se posterga não é o problema — é a responsabilidade fiscal.

A situação ainda exige um alerta: com a rigidez orçamentária crescente e um Estado endividado até o pescoço, qualquer crise de arrecadação pode levar o sistema financeiro estadual à beira do colapso.

Por enquanto, segue a política do rolo compressor das dívidas: contrai-se hoje, paga-se uma parte amanhã, refinancia-se depois — e quem vier atrás que feche a conta.

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