O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, revelou que as investigações sobre as fraudes no INSS incluem a possibilidade de associações utilizarem criptomoedas para dissimular patrimônio ilícito. Mesmo diante da complexidade de rastrear esses ativos, a AGU dispõe de ferramentas para identificá-los.
Em uma recente entrevista no programa "Bom dia, Ministro", Messias mencionou o pedido de bloqueio feito para investigar a origem dos recursos, incluindo a análise de transações em corretoras de criptomoedas. Esse movimento busca esclarecer o caminho seguido pelos valores, caso tenham sido canalizados dessa forma.
No mês anterior, o ministro já havia apontado "fortes indícios" de que grupos criminosos usaram criptomoedas para desviar benefícios de aposentadorias e pensões do INSS.
Além disso, Messias ressaltou a análise em andamento sobre a possibilidade de eliminar os descontos de entidades associativas nas folhas de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS. O governo avalia alternativas, como o Pix e contas bancárias, para que tais entidades possam se relacionar diretamente com seus membros, sem interferência na folha de pagamento.
O ministro destacou que a fragilidade do sistema atual levou o governo a repensar a viabilidade desse modelo, considerando os riscos envolvidos.
No dia 8 deste mês, a AGU solicitou o congelamento de bens e a quebra de sigilo de 12 entidades, num valor total de R$ 2,56 bilhões. Este montante representa o prejuízo mínimo atribuído às associações investigadas até o momento.
Posteriormente, outras seis empresas e oito indivíduos foram incluídos no bloqueio, sob suspeita de intermediarem o pagamento de propinas a funcionários do INSS e a terceiros, a fim de viabilizar as fraudes. Estima-se que o valor das propinas aos agentes públicos tenha chegado a R$ 23,8 milhões.