Caminhada da Fraternidade completa 30 anos e reúne multidão em Teresina

O evento expressa a missão da Igreja de ser presença atuante na vida do povo. “A Caminhada da Fraternidade é a nossa fé que atua pela ação.

Três décadas de fé, esperança e amor ao próximo tomaram conta de Teresina nesse sábado (14), quando milhares de pessoas se uniram na 30ª edição da Caminhada da Fraternidade. O que começou há 30 anos, hoje é o maior evento caritativo do Piauí — um verdadeiro marco na vida da Igreja e da cidade. 
 

Foto: Reprodução
Caminada da fraternidade

Com o tema “Caminheiros da Esperança”, a celebração teve início com uma emocionante missa campal no Adro da Igreja São Benedito e seguiu em uma grande caminhada pela Avenida Frei Serafim até o Parque Potycabana, onde a festa continuou.

Criada no coração da Arquidiocese de Teresina, a Caminhada da Fraternidade é considerada um dos maiores eventos católicos do estado. Os recursos arrecadados beneficiam diretamente oito serviços da Ação Social Arquidiocesana, que atuam no atendimento a pessoas em situação de vulnerabilidade.

O idealizador da Caminhada, Padre Tony Batista, expressou emoção ao celebrar os 30 anos do evento e ressaltou a importância da iniciativa. “Olha, eu podia imaginar a caminhada chegar, mas que eu não chegaria. O que eu quero dizer pra vocês, com todo o coração, e com toda a minha alma, é que eu estou escandalosamente feliz. Feliz pela caminhada, pela receptividade, pela comunhão,” afirmou.

Para ele, mais do que uma manifestação religiosa, a caminhada é um ato concreto de inclusão social. “A caminhada é uma ponte de diálogo. Ela não aceita muros, não aceita exclusão. É um trabalho em favor dos mais humildes, dos descartados, daqueles que não têm voz ou vez numa sociedade, por vezes, tão hipócrita,” completou.

O arcebispo de Teresina, Dom Juarez Marques, destacou que o evento expressa a missão da Igreja de ser presença atuante na vida do povo. “A Caminhada da Fraternidade é a nossa fé que atua pela ação. É a mão caritativa da Arquidiocese de Teresina. Nossa fé cristã católica que anda com duas pernas, uma na oração e outra na ação. E a ação social é o braço caritativo da Igreja”, explicou.

Coordenadora da Caminhada desde a sua primeira edição, Emília Nunes destacou que tudo foi feito com amor. “Pra dizer como foi preparar essa edição, eu resumo em uma palavra: amor. Foi tudo feito com muito carinho, com muita dedicação, para que hoje a gente realize esse grande ato de solidariedade, que é a Caminhada da Esperança”, declarou.

Durante o percurso, os fiéis foram embalados pela animação da dupla Mar&Sol, com Soraya Castello Branco e Flávio Moura no trio elétrico. Um dos momentos mais emocionantes foi a parada em frente ao Hospital Getúlio Vargas, onde Padre Tony dedicou palavras de carinho e esperança aos enfermos internados.

Caminheiros da Esperança

Entre os milhares de fiéis presentes, o casal Maura Rosângela e James Albuquerque falou da motivação que os leva a participar da caminhada há tantos anos. “A gente sempre participa. E o que mais nos motiva é saber que a campanha ajuda tantas entidades. A ação social é feita com peso mesmo. Isso nos faz querer estar aqui,” enfatizou Maura.

Mesmo enfrentando um problema no joelho, James fez questão de caminhar ao lado da esposa. “Continuo com esperança e vontade. Se ela vai, eu vou também. Essa caminhada me incentiva a continuar doando e caminhando,” pontuou.

Já Thayana Dasmaceno, outra participante, resumiu o espírito do evento. “A gente tem que entender as dificuldades que os outros estão passando e acolher isso. Esse é o verdadeiro sentido da caminhada, que é estar junto e estender a mão a quem precisa,” disse.

Orquestra emociona com Cantata Gonzaguiana 

O encerramento ficou por conta de uma apresentação especial da Orquestra Sinfônica de Teresina, ao lado do artista João Cláudio Moreno, que resgatou a tradicional Cantata Gonzaguiana e incluiu no repertório músicas religiosas, ampliando o sentido espiritual da apresentação.

Para o maestro Aurélio Melo, o momento foi de reencontro e celebração. “Estamos muito satisfeitos com essa participação, principalmente por reunir novamente João Cláudio com a Orquestra. Esse reencontro é uma celebração muito bonita da nossa cultura”.

João Cláudio Moreno, que já tem uma história com o evento, também celebrou a oportunidade de estar de volta aos palcos da caminhada. “É muito oportuno, porque estamos no mês de junho, e também porque deram espaço pra gente, para os artistas da terra. Luiz Gonzaga é tudo pra mim. E como sempre diz o Padre Tony, essa é uma cidade solidária. A única política necessária é a solidariedade. Isso também é ser Igreja. É uma causa fraterna”, finalizou.

Com três décadas de história, a Caminhada da Fraternidade segue sendo um símbolo de fé e uma expressão concreta do que é ser Igreja em saída, que caminha ao lado dos que mais precisam.

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