O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia, a partir do dia 9 de junho, os interrogatórios dos oito réus investigados por suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado, após as eleições presidenciais de 2022. A ação penal é conduzida pela Primeira Turma do STF e envolve nomes centrais do governo anterior, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A denúncia, feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), aponta que o grupo atuou como núcleo estratégico de uma trama com o objetivo de manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas urnas. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, marcou o início das oitivas, que seguirão até o dia 13 de junho, com sessões previstas em diferentes horários.
Início com Mauro Cid e sequência por ordem alfabética
O primeiro a ser ouvido será o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, marcado para às 14h do dia 9 de junho. Cid firmou acordo de colaboração premiada e é considerado peça-chave nas investigações, por já ter fornecido informações que embasaram a denúncia da PGR.
A partir de então, os demais réus serão ouvidos em ordem alfabética, embora as datas exatas possam variar conforme o tempo de duração dos interrogatórios.
Confira a ordem dos interrogatórios após Mauro Cid:
Todos os réus serão ouvidos presencialmente no STF, com exceção de Braga Netto, que está detido no Rio de Janeiro.
Calendário preliminar das oitivas
Os depoimentos devem ocorrer nas seguintes datas e horários:
Cada réu poderá optar por ficar em silêncio ou responder às perguntas durante os interrogatórios.
Crimes atribuídos aos réus
A denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF lista cinco crimes principais atribuídos aos investigados:
A investigação se concentra nos eventos ocorridos após o segundo turno das eleições de 2022, em que o então presidente Jair Bolsonaro foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com a PGR, o grupo organizou e tentou executar ações para reverter o resultado do pleito, culminando nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.
Testemunha já ouvida
A marcação das datas ocorre após o senador Rogério Marinho (PL-RN) ser ouvido como testemunha de defesa de Jair Bolsonaro, no dia 2 de junho. Marinho integra a base bolsonarista no Senado e foi um dos aliados ouvidos no processo preparatório para os interrogatórios.
A ação penal tramita na Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A fase de depoimentos será determinante para o avanço do processo, que poderá levar a condenações criminais, caso os réus sejam considerados culpados.