STF decide manter prisão de Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro

Decisão do Supremo ocorre após tentativa de comunicação com ex-ajudante de ordens via redes sociais

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira, 19 de junho de 2025, manter a prisão de Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro e um dos réus envolvidos na trama golpista. A decisão foi proferida durante uma audiência de custódia conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
STF

A prisão de Câmara, que está detido nas instalações do Batalhão de Polícia do Exército em Brasília, foi determinada após o ministro Moraes entender que o ex-assessor descumpriu uma medida cautelar que o proibia de usar redes sociais. A violação da ordem ocorreu através de uma interação com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que procurou Câmara por meio das redes sociais.

Durante a audiência, Moraes destacou que a comunicação entre Câmara e Cid, realizada com a intermediação do advogado Eduardo Kuntz, constitui uma transgressão das obrigações legais do defensor. O ministro considerou que essa interação foi uma tentativa de obstruir a investigação relacionada à trama golpista.

Além de manter a prisão de Câmara, o STF determinou a abertura de um inquérito para investigar a conduta do advogado Eduardo Kuntz, que pode ter ultrapassado os limites legais ao facilitar a comunicação entre o ex-assessor e Cid.

Marcelo Câmara, por ser coronel, tem o direito de permanecer custodiado em instalações da força, o que garante que sua detenção ocorra em um ambiente específico para militares. A decisão do STF reflete a seriedade com que a corte está tratando as tentativas de obstrução e os desdobramentos da investigação sobre a tentativa de golpe.

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