A Polícia Federal, em parceria com a Coordenação de Inteligência Previdenciária - COINP, deflagrou, na manhã desta quinta-feira (06), a Operação "Upgrade" para apurar crimes cibernéticos cometidos por uma organização criminosa contra o INSS no estado do Piauí e outras regiões do país. A operação é um desdobramento das ações Chupa-cabra 1 e 2 e Backup, realizadas este ano na capital do Piauí e em São Paulo/SP.
A investigação teve início com a descoberta de dispositivos não homologados fisicamente instalados na rede local de pelo menos duas agências do INSS em Teresina/PI, o que permitiria o acesso indevido a dados de segurados. Ao longo das investigações, foi possível identificar uma empresa de fachada utilizada pelos hackers e membros da organização criminosa como base para a prática das fraudes cibernéticas previdenciárias na capital paulista.
O grupo criminoso inseria dispositivos eletrônicos clandestinos ("chupa-cabra") na rede interna do INSS e, com acesso aos dados e sistemas, reativava benefícios que haviam sido cessados, resultando em pagamentos retroativos para contas bancárias diferentes dos verdadeiros titulares dos benefícios.
Além disso, foi constatado que a organização criminosa também era responsável por invasões a sistemas em diversos estados, vazamento de senhas de servidores do INSS e reativação indevida de benefícios.
Embora o prejuízo causado pelo grupo ainda não possa ser quantificado, o INSS identificou que as fraudes milionárias causaram danos ao erário.
Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, furto eletrônico, invasão de dispositivo informático e lavagem de bens e valores, cujas penas máximas somadas chegam a 30 anos de reclusão.
O nome "Upgrade" foi escolhido em referência à evolução da investigação na identificação dos hackers responsáveis pela criação de equipamentos clandestinos ("chupa-cabras") e ataques aos sistemas do INSS, representando um avanço na desarticulação dessa atividade criminosa.
Mais de 100 policiais federais estão envolvidos na operação, com apoio da Superintendência da PF em São Paulo. Ao todo, estão sendo cumpridos 46 mandados judiciais, sendo 24 de busca e apreensão e 22 de prisão temporária. Os mandados estão sendo cumpridos em diferentes municípios, como São Paulo/SP, Jardinópolis/SP, Suzano/SP, São Caetano do Sul/SP, Diadema/SP, Praia Grande/SP, São Roque/SP, São Sebastião/SP, Fortaleza/CE, Brasília/DF e Itaguaí/RJ.