No decorrer do ano de 2022, Teresina testemunhou a ocorrência de 303 homicídios, dos quais a alarmante proporção de 89,76% foi perpetrada através do uso de armas de fogo. A partir dessa contextualização, uma análise monitorada pela Gerência de Dados da Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP/PI) lança luz sobre um padrão preocupante: a maioria das vítimas de homicídio por arma de fogo na cidade possuía registros criminais.
Esse estudo resultou do cruzamento de dados obtidos entre as vítimas de homicídios ocorridos de janeiro de 2022 a julho de 2023, na capital, com a ferramenta de análise de ocorrências e procedimentos policiais desenvolvida pela Polícia Civil do Piauí. Por meio dessa meticulosa análise, a Gerência de Dados cartográficos traçou perfis das vítimas da violência homicida no Piauí, contribuindo para um entendimento mais claro dos fatores por trás desse fenômeno criminal. Conforme o monitoramento, entre as 419 vítimas estudadas, 249 carregavam registros criminais como autores de outros crimes, perfazendo 59,4% do total.
A análise das biografias das vítimas também revelou que um grande número daqueles com antecedentes criminais foi assassinado em espaços públicos, como ruas ou em estabelecimentos como bares e restaurantes, representando 66,6% do total.
Além disso, de acordo com o relatório, as vítimas de homicídio na capital que possuíam histórico criminal eram predominantemente jovens, com uma idade média de 28 anos, sendo que 59,43% delas se encontravam na faixa etária entre 15 e 29 anos.
O Secretário Estadual de Segurança Pública, Chico Lucas, esclareceu que esse tipo de monitoramento é rotineiro e conduzido por meio de estudos realizados pela Gerência de Dados da SSP. Esses esforços têm por objetivo identificar todos os aspectos dos homicídios, inclusive elementos relacionados aos autores, vítimas e locais de maior incidência. "O trabalho visa compreender todas as etapas dos crimes violentos letais intencionais para aprimorar a prevenção e repressão", enfatizou o secretário.