Delegado do DHPP de São Paulo é preso acusado de receber propina do PCC

Delegado Fábio Baena e sua equipe teriam recebido R$ 11 milhões em propina, segundo denúncia feita por Vinícius Gritzbach antes de morrer

O delegado Fábio Baena Martin, que atuava na 3ª Delegacia de Repressão a Homicídios Múltiplos do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo, foi preso na manhã desta terça-feira (17) sob suspeita de participação no Primeiro Comando da Capital (PCC), corrupção e lavagem de dinheiro.

Foto: Reprodução
Delegado Fábio Baena Martin

Outros investigadores também foram presos, incluindo Eduardo Lopes Monteiro, Marcelo Ruggieri e Marcelo Bombom, além de Rogério de Almeida Felício, conhecido como Rogerinho, que está foragido e atuava na segurança do cantor sertanejo Gusttavo Lima.

A operação, batizada de Tacitus, foi deflagrada pela Polícia Federal em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Ao todo, foram expedidos oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão em cidades como São Paulo, Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba.

As investigações avançaram após o nome de Fábio Baena Martin e Eduardo Lopes Monteiro serem citados na delação de Antonio Vinícius Gritzbach, executado no Aeroporto Internacional de Guarulhos no dia 8 de novembro. Gritzbach afirmou que ambos receberam ao menos R$ 11 milhões em propina da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

O delator também entregou pendrives à Corregedoria da Polícia Civil contendo informações sobre empresas utilizadas pelos policiais para lavagem de dinheiro.

Segundo o Ministério Público, provas obtidas ao longo das investigações indicam que o grupo estava organizado para exigir propina e viabilizar a lavagem de dinheiro em favor do PCC, atuando em diversas unidades policiais, como o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), o 24° DP (Ponte Rasa) e o 30° DP (Tatuapé), ambos na zona leste de São Paulo.

Operação Tacitus

A Operação Tacitus busca desarticular esse esquema, que envolvia crimes contra a administração pública, incluindo corrupção ativa e passiva. As investigações continuam para localizar os envolvidos foragidos e aprofundar a responsabilização dos integrantes da organização criminosa.

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