A Justiça do Piauí decidiu levar a júri popular Dilberto Vieira da Silva Filho, acusado de assassinar a companheira, Maria Luiza da Silva Oliveira, de 19 anos. O crime aconteceu em julho de 2024, dentro da casa onde o casal vivia, no bairro Matinha, zona Norte de Teresina.
Maria Luiza foi atingida com um tiro no olho esquerdo e chegou a ser socorrida por vizinhos, mas morreu antes de dar entrada no hospital. À época, Dilberto alegou que a jovem havia cometido suicídio, versão que foi descartada pela perícia, que comprovou que ela não segurava a arma no momento do disparo.
Depoimentos de amigas e familiares revelaram que Maria Luiza vivia um relacionamento abusivo e marcado por ciúmes, isolamento e violência física. A jovem teria deixado de usar redes sociais, se afastado da família e, meses antes do crime, pediu ajuda para sair da residência onde vivia com o acusado. Marcas de agressão também foram observadas por pessoas próximas.
No dia do assassinato, Maria Luiza se preparava para sair e tinha agendado um atendimento estético, mas não chegou ao local. Testemunhas afirmaram que o acusado era possessivo e já havia se envolvido em episódios de agressividade. Uma vizinha contou que a vítima ainda apresentava sinais vitais ao ser encontrada.
Outras acusações
Durante as investigações, a polícia encontrou drogas, munições e indícios de ocultação da arma usada no crime. A arma teria sido jogada por Dilberto na casa ao lado, e uma vizinha ainda tentou ajudar a esconder o material. Ele chegou a admitir, posteriormente, que jogou a arma por estar "nervoso".
A Justiça rejeitou o pedido da defesa para desclassificar o caso como homicídio culposo (sem intenção de matar) e confirmou que o conjunto de provas aponta para feminicídio, além de tráfico de drogas, posse ilegal de arma de fogo e fraude processual.
A data do julgamento ainda será marcada pelo Tribunal de Justiça do Piauí.