PF faz buscas no gabinete do deputado Júnior Mano por suspeita de desvios

Operação investiga esquema de fraudes com emendas parlamentares e contratos no Ceará

A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta terça-feira (8), mandados de busca e apreensão no gabinete do deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), na Câmara dos Deputados. A ação faz parte de uma investigação que apura o envolvimento de uma organização criminosa em fraudes licitatórias e desvio de recursos públicos no estado do Ceará.

Foto: Pablo Valadares / Câmara dos Deputados

Além do gabinete em Brasília, imóveis ligados ao parlamentar no Distrito Federal e em cinco cidades cearenses — Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio — também foram alvos da operação.

Ao todo, 15 mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por relatar o caso, que corre sob sigilo. A Corte também autorizou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias dos investigados e a quebra do sigilo de celulares apreendidos.

De acordo com a PF, a organização criminosa articulava o direcionamento de emendas parlamentares para determinados municípios cearenses. Em troca, parte dos recursos era desviada em contratos públicos fraudulentos para pagamentos ilegais, incluindo o financiamento de campanhas eleitorais nas eleições municipais de 2024.

Os crimes investigados envolvem organização criminosa, lavagem de dinheiro, captação ilícita de votos e falsidade ideológica com finalidade eleitoral. A operação contou com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).

Em nota, a assessoria do deputado Júnior Mano negou qualquer participação dele nas irregularidades, ressaltando que o parlamentar “não exerce função executiva ou administrativa em prefeituras, tampouco participa de processos licitatórios”. A nota ainda destaca a confiança do deputado nas instituições e afirma que ele “tem plena convicção de que, ao final da apuração, a verdade dos fatos prevalecerá”.

A liderança do PSB na Câmara também se pronunciou, afirmando esperar que “todos os fatos sejam investigados e esclarecidos o mais breve possível, respeitando o devido processo legal e a ampla defesa”.

Leia também