A ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Marina Silva, tomou posse na tarde desta quarta-feira (4) e em seu primeiro discurso enfatizou a retomada dos programas de combate ao desmatamento e preservação dos biomas brasileiros.
"Foi um dia de muita emoção pra mim quando a ministra Rosa Weber (presidente do Supremo Tribunal Federal) disse que o Fundo Amazônia ia voltar, e mais emocionante ainda quando o presidente Lula assinou o decreto", afirmou a ministra.
Em sua fala a ministra teceu críticas à gestão da pasta no governo de Jair Bolsonaro (PL). "O que vivemos nesses anos que se passaram foi um completo desrespeito pelo patrimônio ambiental brasileiro (...) nossas unidades de conservação foram atacadas por pessoas que se sentiram autorizadas pelo mais alto escalão do governo", criticou.
Marina ainda lembrou o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Philips, mortos no Vale do Javari em junho de 2022. "A morte cruel do indigenista Bruno Pereira e Dom Philips. Quero fazer aqui uma homenagem. Infelizmente são símbolo desse triste período", relembrou.
A ministra ainda ressaltou que não houve só mudanças de pastas e sim um esvaziamento dos órgãos. "De 2019 para cá não foi apenas a transferência de funções do Ministério do Meio Ambiente para outros órgãos. O que constatamos foi um enfraquecimento dos órgãos ambientais. A política de mudança do clima foi completamente esvaziada, a ponto de que o Brasil, que era um expoente a nível internacional, passou a ser visto como pária ambiental", frisou.
Quem é Marina Silva
Marina Silva é uma historiadora e ambientalista brasileira, com longa trajetória em defesa do meio ambiente. Marina foi eleita deputada federal pelo partido Rede em São Paulo nas eleições de 2022.
A ministra concorreu à Presidência da República, por três vezes: em 2010, 2014 e 2018. Marina já afirmou, em diferentes ocasiões, que prezará pela política ambiental em sua gestão, com diálogo entre as diferentes pastas. "A política ambiental brasileira será uma política transversal. Em 2003 era do Ministérios do Meio Ambiente. Agora ela é do conjunto do governo", disse Marina no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). "Se não dermos conta de reduzir desmatamentos, a taxa de perda da biodiversidade, a gente não vai ter conseguido nada", disse, em coletiva de imprensa do GT do Meio Ambiente.