Em uma pesquisa circunscrita ao Congresso Nacional e, pelo número de votos obtidos, em uma mostra bastante limitada de deputados e senadores, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT) foi o terceiro mais bem avaliado entre os 37 integrantes do gabinete do presidente Lula.
Mas mesmo limitada na amostra, pela natureza do público entrevistado, a pesquisa pode ser também uma avaliação qualitativa do Ministério de Lula, considerando que a sondagem foca nas principais lideranças parlamentares sobre assuntos políticos e legislativos.
Nessa na atual edição foram ouvidos 63 parlamentares considerados influentes, seja por serem líderes de bancada, integrantes da Mesa Diretora, presidentes de comissões ou formadores de opinião em assuntos importantes. O levantamento permite a tomadores de decisões antecipar cenários e fazer prognósticos.
A pesquisa intitulada Painel do Poder foi feita pelo site Congresso em Foco no Congresso Nacional e nela os ministros com mais menções positivas são Fernando Haddad (Fazenda), Renan Filho (Transportes), Wellington Dias, Camilo Santana (Educação), Carlos Fávaro (Agricultura) e Waldez Goes (Desenvolvimento Regional).
O ministro Wellington Dias recebeu 10 menções positivas e nenhuma negativa. Camilo Santana, da Educação, teve 11 menções positivas e duas negativas, enquanto o também petista Alexandre Padilha, com 12 menções positivas, ficou mal na avaliação porque teve cinco avaliações negativas.
Segundo os realizadores, o Painel do Poder é a única pesquisa no Brasil a ouvir exclusivamente os líderes políticos mais influentes no Congresso Nacional para aferir as tendências predominantes na Câmara e no Senado quanto ao relacionamento com o Governo Federal e às políticas públicas.
Mal avaliado no Governo
Enquanto o senador Wellington Dias e seus aliados comemoram a avaliação feita internamente no Congresso Nacional, dentro do Governo a constatação é outra.
Wellington Dias está num compasso de espera para saber se fica ou será deslocado para outro ministério porque na avaliação do próprio presidente Lula, sua atuação a frente do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) está aquém do que o chefe do governo esperava.
Vários fatores levaram o presidente a avaliar o baixo desempenho de Wellington: pouca visibilidade na atuação do Bolso Família, o programa social mais importante do governo; retenção de emendas parlamentares ainda do ano passado e a ausência constante do senador no seu local de trabalho, a sede do ministério.
Assessores palacianos não sabem para onde Wellington será deslocado, mas informam que independentemente para que partido o MdS será entregue (ou não), o senador piauiense não ficará no cargo.