Vídeo de Firmino “fazendo o L” é uma bem-acabada peça de fraude intelectual

Firmino morreu em 6 de abril de 2021, um ano e seis meses antes da terceira eleição do petista

Em fragmento de uma entrevista da deputada estadual Bárbara Soares (PP) à TV Meio Norte, exibe-se um vídeo em que o ex-prefeito Firmino Filho faria um L e por essa razão seria simpatizante de Lula. Só um detalhe escapou a quem tratou do vídeo como uma “adesão” do ex-prefeito à candidatura do petista: Firmino morreu em 6 de abril de 2021, um ano e seis meses antes da terceira eleição do petista.
Não há uma data informada nem por Barbara nem pelo apresentador do programa, mas se depreende que o vídeo em que Firmino Filho faz um “L” possa ser bem anterior a abril de 2021, quando ele morreu.
Na falta de um calendário de mesa para que Bárbara Soares estabeleça uma data para o vídeo em que o pai aparece ao lado de outra filha dele, Cristina, “fazendo o L”, uma busca em arquivos mostra que o ex-presidente saiu da prisão em 8 de novembro de 2019. Naquele dia, Lula e seus aliados celebraram a soltura fazendo o gesto da mão em L que virou marca da campanha. 

Foto: Reprodução

Foram essa data não há outro momento significativo em que o ex-prefeito possa ter sido levado ao gesto de fazer o L, afinal outra data em que os petistas celebraram pelo país fazendo o gesto foi em 14 de abril de 2021, quando o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão do ministro Edson Fachin de declarar a incompetência da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba (PR), anulando as ações penais contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Naquele dia, o ex-prefeito Firmino Filho já estava morto.
A divulgação do vídeo pela deputada estadual do PP, que recentemente aderiu à candidatura do petista Fábio Novo à prefeitura de Teresina, dá-se em um cenário em que se busca uma nacionalização da eleição municipal de 2024 na capital do Piauí, opondo de um lado os lulistas e de outro os bolsonaristas.
Teresina, que enfrenta um governo ruinoso eleito, aliás, com apoio do PT, precisa menos de um debate sobre as preferências nacionais de candidatos e mais de quem se habilite a consertar a lambança em que a gestão municipal se transformou.

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