Em uma matéria publicada ontem, segunda-feira (13), foi apontado o uso de inúmeros robôs para disparo em massa com comentários elogiosos em postagens que mencionam Fábio Novo.
Porém, por trás dos perfis falsos e dos elogios, há uma série de crimes cometidos.
Durante a investigação de alguns perfis, ficou claro que alguns deles utilizavam fotos de pessoas reais brasileiras, não apenas as de bancos de fotos mencionados e estes perfis, geralmente com fotos de pessoas reais, cometiam crimes ao insultar pessoas e associar candidatos a práticas reprováveis ou a pessoas indesejáveis.
Entre os crimes ligados a essa prática está o de falsidade ideológica, como é o caso de três perfis investigados em uma enxurrada de centenas.
O primeiro perfil investigado é o de nickname @marcopolo4876, que utiliza a foto de um dos criadores do PT no estado de Pernambuco, Eliezer Gomes, que foi candidato a vereador em 2012. Além de elogiar, esse perfil também criticava postagens que desagradavam a Fábio Novo, acusando-as de 'fake news'.
Outro perfil utiliza fotos de uma odontóloga do Maranhão, Kassia Hellen, mas sob o nome no perfil falso de @mariia.ffernanda_. Este perfil normalmente pode ser visto em postagens sobre Silvio Mendes, disseminando a notícia da suposta relação de Silvio com Bolsonaro, o que, segundo o TRE, configura propaganda negativa e notícia falsa.
Outro perfil que se afirma com o nome @drajulianaportela é um perfil falso que utiliza fotos retiradas do site LinkedIn de Juliana Cordeiro, uma mulher residente em São Paulo. Este perfil endossa que não se deve votar em Silvio Mendes em quase todas as postagens que envolvam Silvio ou Fábio Novo.
A situação se agrava quando dezenas destes mesmos perfis falsos para disparo em massa seguem Fábio Novo em sua rede social na plataforma Instagram, conforme pode ser visto nos seguidores do pré-candidato.
Se o uso de disparo em massa já é crime, a falsidade ideológica para cometer crimes é dezenas de vezes pior e ameaça a democracia e a vida das pessoas vitimas desses perfis.
A prática não seria incomum no meio do Partido dos Trabalhadores nacional e em especial no Piauí.
Em 2018 a jornalista Paula Holanda denunciou em postagens no Twitter e em matéria para Folha de São Paulo a prática no periodo eleitoral.
Paula afirmou que foi contratada pela agência de marketing digital Lajoy, de Minas Gerais, para promover conteúdo de esquerda em seu perfil em troca de dinheiro. Ela concordou em escrever tweets favoráveis relacionados a candidatos do PT, como Gleisi Hoffmann e Luiz Marinho, mas, no entanto, ao ser solicitada a promover o governador do Piauí, Wellington Dias, percebeu que não estava promovendo causas de esquerda em geral, mas especificamente candidaturas do PT, o que não estava claro nos contatos com a agência, e se recusou a escrever sobre ele.
A situação piorou quando os tweets feitos em massa não indicavam que eram pagos e não mencionavam a empresa ou o político que os contratou, sendo uma série de crimes eleitorais.
A quem interessa sabotar as eleições?
O Portal AZ está tentando entrar em contato com as vítimas que tem as fotos usada em perfis falsos.