O novo líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de “covarde” e de “só pensar nele”, após Bolsonaro ao defender o projeto de lei que pode anistiar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
A proposta foi o principal tema da manifestação liderada por Bolsonaro no último fim de semana no Rio de Janeiro, que reuniu apoiadores e contou com a presença de governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Cláudio Castro (PL-RJ) e Jorginho Mello (PL-SC).
“Bolsonaro só pensa nele. É um covarde. É mentira que ele está preocupado com aquelas senhorinhas. O projeto anistia tudo. O que eles querem é livrar a cara do Bolsonaro. Ele está desesperado para escapar da prisão, mas essa anistia não passa de jeito nenhum”, declarou Lindbergh em entrevista à Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (17).
O debate sobre o projeto enfrenta resistência no Congresso. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), já indicou que a proposta não está entre as prioridades, apesar de Hugo Motta (Republicanos-PB), líder na Câmara, ter deixado a possibilidade aberta para discussão entre os líderes partidários.
“No próximo dia 25, Bolsonaro vira réu no STF. Aí começa o julgamento, todo mundo acompanhando as revelações dia a dia. Como é que vai colocar esse projeto para votar? Isso é contra a sociedade”, questionou Lindbergh.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) analisará, na mesma data, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e aliados, que são investigados por uma suposta tentativa de golpe de Estado. A expectativa é que eles sejam formalmente transformados em réus no processo.
A defesa do ex-presidente, por sua vez, contesta as acusações e alega que a denúncia da PGR é baseada em “presunções” e não apresenta provas concretas de envolvimento de Bolsonaro em atos contra as instituições democráticas. Segundo os advogados, as acusações fazem referência a “lives, entrevistas e reuniões”, sem indicar atos violentos ou ameaçadores.
O caso segue em tramitação no STF, enquanto o debate sobre a anistia é um controvérsia no Congresso Nacional.