O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensificou suas críticas ao tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump em conversas reservadas com aliados, classificando as medidas como tentativa de criar um “apartheid americano”.
Durante um encontro com senadores na quarta-feira (2), horas após a divulgação das novas tarifas, Lula expressou sua preocupação com as consequências que essas ações poderiam ter para a economia mundial, afirmando que os EUA buscam estabelecer uma “trava” que prejudicaria países emergentes.
Relatos de participantes do encontro, divulgados pela CNN, indicam que os senadores concordaram com a análise de Lula, que também ressaltou que as atitudes de Trump estão tornando o povo americano alvo de desprezo internacional e causando um tumulto interno significativo. O presidente brasileiro enfatizou que é preciso estar atento a essas manobras que, segundo ele, visam destruir economias emergentes. Apesar do tom elevado nas conversas privadas, Lula manteve um discurso mais diplomático em suas declarações públicas.
Durante um evento que celebrou os dois anos de seu governo, na quinta-feira (3), ele defendeu o multilateralismo e o livre comércio, destacando que o Brasil tomará medidas para proteger suas empresas e trabalhadores, referindo-se à Lei da Reciprocidade como uma possível ferramenta nesse processo. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também comentou sobre o tema em uma entrevista ao podcast “Direto de Brasília”, afirmando que, embora o projeto de lei da reciprocidade tenha sido aprovado no Congresso, o governo não pretende utilizá-lo como uma retaliação imediata.
O texto aguarda sanção da Presidência, enquanto o governo brasileiro continua apostando no diálogo e na negociação antes de tomar qualquer ação mais contundente.