Durante uma sessão na Câmara dos Deputados na terça-feira (29), o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, defendeu o fim dos descontos automáticos nas folhas de pagamento de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A declaração do ministro foi motivada por uma operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) que revelou fraudes bilionárias relacionadas a cobranças indevidas no sistema previdenciário. Lupi afirmou que esses descontos facilitam abusos, especialmente em relação a pessoas vulneráveis.
Lupi expressou sua oposição à intermediação do INSS nas relações entre aposentados e entidades, sugerindo que essas organizações devem se comunicar diretamente com os beneficiários. "Se eu sou uma entidade representativa, eu busco prestar serviço, busco o aposentado e faço a cobrança diária com ele. Faz um boleto, faz um Pix, como diz aqui meu neto: ‘Faz um Pix aí, vovô’", declarou. Ele enfatizou que a função do INSS não deve incluir a gestão de cobranças de associações ou sindicatos.
As investigações apontam que entidades teriam cobrado de aposentados e pensionistas um total estimado de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Lupi apresentou dados que mostram um aumento significativo nos valores deduzidos indevidamente ao longo dos anos, culminando em R$ 2,8 bilhões em 2023.
O ministro também compartilhou informações sobre as ações do governo federal para combater fraudes nos benefícios previdenciários. Desde o início de sua gestão, foram iniciadas 268 investigações, resultando em 171 casos concluídos e a instauração de novos inquéritos. Lupi afirmou que todos os descontos foram suspensos até que as investigações da PF e da CGU sejam finalizadas.