O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta sexta-feira (23) impor uma tarifa de 25% sobre os produtos da Apple, caso a empresa não passe a fabricar iPhones dentro do território americano. A declaração foi feita na rede Truth Social, fundada pelo próprio Trump.
"Espero que os iPhones vendidos nos EUA sejam fabricados aqui, não na Índia ou em outro lugar. Se isso não acontecer, uma tarifa de ao menos 25% deve ser paga", escreveu Trump, direcionando o recado ao CEO da Apple, Tim Cook.
A ameaça teve impacto imediato no mercado. As ações da Apple abriram o dia em queda de mais de 3%, o que representa bilhões de dólares em perdas para a empresa avaliada em cerca de US$ 3 trilhões.
Entenda o caso
A tensão aumentou após Trump saber que a Apple pretende expandir a produção de iPhones na Índia. O presidente argumenta que os EUA já ofereceram apoio suficiente à empresa e que agora é hora de gerar empregos locais com a fabricação de celulares no país.
Essa é a primeira vez que o governo dos EUA ameaça diretamente uma empresa por discordância em sua política de produção. Embora negociações com países como a China tenham levado à suspensão de tarifas anteriores, a postura com a Apple marca um novo capítulo.
Apple ainda não respondeu
Nem Trump nem Tim Cook voltaram a comentar o caso após a publicação. A Apple, no entanto, já anunciou investimentos de US$ 500 bilhões nos EUA, mas voltados para servidores de inteligência artificial, e não para a produção de smartphones.
Analistas apontam que fabricar iPhones nos EUA poderia elevar os preços em até 90%, por conta dos altos custos trabalhistas e logísticos. Mesmo assim, a pressão política por produção nacional ganha força com o novo mandato de Trump.
Histórico de tensões
A relação entre Tim Cook e Trump tem altos e baixos desde o primeiro mandato do presidente. Apesar de encontros e promessas de investimento, a Apple manteve a maior parte de sua produção na Ásia, onde os custos são mais baixos.
A empresa ainda não se posicionou oficialmente sobre a possibilidade de mudar suas operações para evitar a nova tarifa.