Ex-diretor da PRF desmente acusações e se defende no STF sobre eleições de 2022

Djairlon Moura afirma que blitzes foram baseadas em critérios técnicos e sem viés político

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou na manhã desta terça-feira (27/5) a ouvir testemunhas relacionadas ao caso de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro. Torres é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de fazer parte de um suposto núcleo golpista, que teria promovido ações visando a ruptura institucional. Durante as oitivas, o ex-diretor de Operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Djairlon Henrique Moura, negou que as blitzes realizadas durante o segundo turno das eleições de 2022 tenham sido motivadas por interesses políticos ou tenham interferido no processo eleitoral, especialmente no Nordeste.

Foto: Reprodução
Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações da PRF.

Moura declarou que as operações foram planejadas de forma nacional e focaram no combate ao transporte irregular de passageiros, conforme a legislação vigente. “Em nenhum momento houve orientação para direcionamento das ações para o Nordeste ou para prejudicar qualquer eleitor”, afirmou, ressaltando que as atividades da PRF foram pautadas em critérios técnicos e dados de inteligência. Ele negou ter recebido ordens para concentrar as operações em áreas onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva tinha uma base eleitoral forte.

Contudo, a atuação da PRF durante o segundo turno foi um dos temas mais controversos das eleições de 2022. O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), havia classificado como “gravíssima” a continuidade das fiscalizações pela PRF, mesmo após uma proibição expressa do tribunal. Moura, entretanto, defendeu que as operações já estavam em curso antes da decisão do TSE e que estavam baseadas em resoluções da Corte Eleitoral e em decisões do STF, com o intuito de manter o transporte de eleitores.

Além de seu depoimento atual, Djairlon Moura também está sendo investigado em outros inquéritos relacionados à atuação da PRF nas eleições de 2022. Ele destacou que a fiscalização de transporte de passageiros seguiu normalmente até a intimação do então diretor-geral da PRF no dia da eleição, argumentando que não houve irregularidades e que a operação estava em conformidade com o que foi planejado.

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