A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) revelou que se encontra na Europa, distante do Brasil, após ter sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a uma pena de dez anos de prisão. Durante uma entrevista à Rádio Auriverde, Zambelli explicou que sua saída inicialmente visava tratar questões de saúde, mas agora planeja solicitar um afastamento do cargo parlamentar.
Zambelli, que também possui cidadania europeia, mencionou seu objetivo de viajar pelo continente europeu para dialogar com autoridades e apresentar informações sobre a realidade do Brasil. Além disso, a deputada manifestou preocupação em perder acesso às suas redes sociais e pediu apoio aos seguidores para acompanhar sua mãe, Rita, que pretende concorrer nas eleições do próximo ano. Para isso, Zambelli está tentando transferir seus perfis nas plataformas digitais para a mãe e revelou ter emancipado seu filho de 17 anos.
Em suas declarações, Zambelli criticou o sistema eleitoral brasileiro, afirmando que, estando fora do país, poderia expressar suas visões de forma mais livre. Ela mencionou ainda a falta de confiabilidade nas urnas eletrônicas utilizadas nas eleições nacionais.
A deputada deixou o Brasil antes que todos os recursos contra sua condenação fossem julgados, uma decisão do STF que poderia resultar em sua prisão e perda do mandato parlamentar. A condenação foi relacionada a invasões ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), juntamente com o hacker Walter Delgatti.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli e Delgatti foram responsáveis por inserir documentos falsos no sistema do CNJ, incluindo um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes. Este fato foi registrado no Banco Nacional de Mandados de Prisão, vinculado ao CNJ.
Zambelli, que está afastada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atribuiu o distanciamento à influência negativa do ex-advogado Fábio Wajngarten. Ela afirmou que Wajngarten a responsabilizou pela derrota nas eleições presidenciais, o que culminou em sua recente demissão por ordem da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.