Líder do PT solicita à PGR uso de tornozeleira em Bolsonaro após fuga de aliados

Pedido ocorre após Carla Zambelli deixar o país e reforçar temor de fuga

O deputado Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, apresentou um pedido à Procuradoria-Geral da República (PGR) para que o ex-presidente Jair Bolsonaro utilize tornozeleira eletrônica. O pedido vem após a deputada Carla Zambelli (PL-SP), condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), anunciar que deixou o Brasil para viver na Itália. Farias argumenta que a situação se torna ainda mais preocupante com a recente movimentação de aliados de Bolsonaro, como Zambelli e o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que foi para os Estados Unidos.

Foto: Reprodução/Valter Campanato/Agência Brasil
Jair Bolsonaro

O líder petista fundamenta seu pedido na doutrina penal processual, que reconhece a tornozeleira eletrônica como um meio legítimo de monitoramento da permanência do réu no território nacional. Segundo Farias, essa medida não viola a dignidade ou a presunção de inocência do ex-presidente. Ele também menciona uma ligação feita por Bolsonaro ao ex-vice-presidente Hamilton Mourão antes do depoimento deste ao STF, além do fato de que Zambelli saiu do país, o que, segundo ele, reforça a necessidade de medidas cautelares mais rigorosas.

Farias destaca que os recentes episódios de fuga de aliados próximos a Bolsonaro aumentam a gravidade da situação. Ele cita especificamente o caso de Eduardo Bolsonaro, que se mudou para os EUA após correr o risco de perder o passaporte, e a saída de Zambelli. O ex-presidente, conforme Farias, admitiu ter financiado a permanência do filho no exterior, o que reforça a conexão entre os investigados e o ex-mandatário.

Além do pedido de Farias, o deputado Rogério Correia (PT-MG) também protocolou uma solicitação à PGR, argumentando que os últimos acontecimentos reacendem a possibilidade de fuga de Bolsonaro. Ambos os parlamentares já haviam apresentado um pedido conjunto em março deste ano, solicitando medidas cautelares contra o ex-presidente, mas o documento não obteve resposta da PGR. A pressão sobre as instituições de Justiça aumenta, exigindo uma atuação rápida para garantir a aplicação da lei e evitar que Bolsonaro se ausente do país.

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