Representantes dos governos dos Estados Unidos e da China se reúnem nesta segunda-feira (9), em Londres, na tentativa de conter a escalada da tensão comercial entre os dois países. A nova rodada de negociações ocorre em meio a um cenário de recrudescimento das medidas protecionistas, incluindo tarifas elevadas e restrições à exportação de insumos estratégicos.
O encontro será realizado em local reservado e marca a continuidade do diálogo iniciado no mês passado, em Genebra, onde um acordo preliminar entre as potências trouxe alívio temporário aos mercados internacionais.
A delegação norte-americana será liderada pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, acompanhado pelo secretário de Comércio, Howard Lutnick, e pelo representante comercial dos EUA, Jamieson Greer. Do lado chinês, o vice-primeiro-ministro He Lifeng comandará as conversações.
O governo britânico confirmou a realização das reuniões e afirmou que "apoia o livre comércio" e acredita que "uma guerra comercial não interessa a ninguém".
A retomada das negociações ocorre dias após o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, conversarem por telefone. Segundo fontes chinesas, Xi alertou Trump sobre as consequências das medidas unilaterais e pediu moderação, inclusive em relação à política externa norte-americana com Taiwan. Já Trump, por meio das redes sociais, classificou a conversa como "muito positiva", destacando avanços nas discussões sobre comércio.
No centro da disputa estão os minerais de terras raras e ímãs industriais, essenciais para a produção de veículos elétricos, componentes eletrônicos e equipamentos militares. Em abril, a China suspendeu as exportações desses insumos para os EUA, afetando cadeias de suprimentos globais. Embora Pequim tenha sinalizado a retomada das remessas, autoridades norte-americanas acusam o país de atrasar o cumprimento dos compromissos assumidos em Genebra.
A presença do secretário Howard Lutnick, responsável pelos controles de exportação dos EUA, na comitiva americana em Londres, sinaliza que a questão será tratada com prioridade. Lutnick não participou da rodada anterior.
O pacto provisório firmado na Suíça previa uma trégua de 90 dias com redução mútua de tarifas. A expectativa é que o encontro em Londres avance para uma agenda mais ampla e duradoura de cooperação comercial.