Planalto não sabe quanto gastou em evento pró-governo realizado em abril

"O Brasil Dando a Volta por Cima" usou dinheiro público, e valores ainda estão em apuração

A Presidência da República revelou não saber quanto foi gasto para realizar o megaevento “O Brasil Dando a Volta por Cima”, ocorrido em 3 de abril. O evento, financiado com recursos públicos, teve como objetivo apresentar um balanço dos feitos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva nos primeiros dois anos de mandato, em um centro de convenções em Brasília. A informação foi divulgada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) em resposta a um pedido via Lei de Acesso à Informação feito pelo Correio Braziliense.

Foto: Ricardo Stuckert/Planalto
Lula no evento em 3 de abril.

A Secom afirmou que os custos do evento ainda estão em apuração e que não é possível disponibilizar os dados no momento. Ela também informou que as informações estarão disponíveis no portal Gov.br e no Portal da Transparência após a conclusão do processo de pagamento. Vale destacar que a licitação que possibilitou a realização do evento foi publicada em outubro do ano passado, com um valor total de R$ 16 milhões.

O contrato, segundo o portal Compras.gov.br, abrange a contratação de serviços para a realização de eventos, receptivos internos e externos, e atividades correlatas para a Presidência e órgãos vinculados. No entanto, os Portais da Transparência não permitem rastrear gastos com base em eventos específicos, o que dificulta a verificação dos valores, mesmo que se tornem públicos.

Após o evento, o Correio Braziliense registrou um recurso alegando informação incompleta, mas o acesso à informação foi novamente negado pela Secom. O evento, que contou com a presença de diversos deputados, senadores e ministros, foi marcado por vídeos de tom eleitoral e discursos de Lula, que disse que seu governo estava reconstruindo um “país deixado em ruínas”. Apesar da celebração do evento, pesquisas indicaram que a desaprovação ao governo Lula aumentou, com 40% dos entrevistados considerando sua administração ruim ou péssima, segundo dados divulgados em 12 de junho.

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