Governo intensifica medidas para repatriação de brasileiros que estão no Irã

Itamaraty e FAB articulam operação de resgate enquanto brasileiros enfrentam guerra

Diante da escalada do conflito entre Israel e Irã, que já se estende por 11 dias, o governo brasileiro intensificou seus esforços para garantir a segurança dos cidadãos nacionais que se encontram nas áreas de conflito. O Itamaraty, em conjunto com a Embaixada do Brasil em Tel Aviv e a Força Aérea Brasileira (FAB), está articulando uma operação de repatriação para os brasileiros que desejam deixar a região.

Foto: Pedro França/Agência Senado
Senador Nelsinho Trad (PSD-MS)

Na semana passada, a Embaixada do Brasil em Tel Aviv começou a registrar os brasileiros interessados em deixar o território israelense. A FAB informou que suas tropas estão de prontidão para uma possível operação de resgate, caso o governo formalize a solicitação. No entanto, até o momento, não há um plano de repatriação definido.

Em nota divulgada pelo Palácio do Itamaraty, o governo expressou "grave preocupação" com os ataques militares na região, condenando as ações armadas de Israel e dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas. O governo brasileiro classificou esses ataques como uma "flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas", alertando para os riscos de contaminação radioativa e desastres ambientais.

A Embaixada em Tel Aviv emitiu um alerta consular, orientando todos os brasileiros que desejam sair do país a preencherem um formulário individual, incluindo menores de idade. O apoio da FAB para a repatriação está condicionado a uma solicitação formal do Ministério das Relações Exteriores.

Enquanto a ajuda não chega, brasileiros que vivem na região relatam momentos de agonia Sarah Salomão Neta, uma cozinheira e guia de turismo, teve sua casa destruída por um míssil iraniano em Bat Yam. Ela descreveu estar em estado de choque após a destruição de seu apartamento e atualmente está hospedada em um hotel em Tel Aviv.

Outra brasileira, Deborah Kopstein Schanz, que mora em Ramat Gan, também compartilhou sua experiência de medo e incerteza, evitando sair de casa e dependendo de entregas para suas necessidades diárias.

Mateus, um comerciante brasileiro que estava em Teerã, fugiu por terra após um bombardeio israelense. Ele expressou sua incredulidade diante da situação, afirmando que nunca imaginou viver uma guerra.

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