Os servidores da Gerência de Zoonoses encaminharam um documento com uma série de denúncias de irregularidades ao diretor da Vigilância em Saúde-DVS, o médico Walfrido Salmito.
Na longa representação, eles relatam dificuldades administrativas e técnicas nos Núcleos Técnicos que compõem a Gezoon, como órgão de saúde, com o desenvolvimento das atividades de Vigilância, Controle e Prevenção das Zoonoses e Endemias.
"Passamos cada vez mais, conhecermos as determinações equivocadas pela gerência, gerando dificuldades operacionais, desrespeitando o planejamento das ações dos Núcleos, desconsiderando os pareceres técnicos, descumprimento de pareceres jurídicos da FMS, suspensão verbal de atividades técnicas e interferência na programação por pessoas de outro setor, inclusive com perda de material biológico, fatos oficiados nos diversos processos", destacou a categoria.
Contextualizando o cenário de descaso o qual se encontra a Gezoon, os servidores apontam que há a fragmentação do órgão, bem como das ações programadas, além de insumos para eutanásia vencidos, falta de ração para suprir a necessidade de cada espécie e suspensão de atividades sem prévia discussão técnica.
" [...] a reorganização do quadro de servidores e determinando ainda que a mudança entre os setores, deveria ser formalizada e autorizada pela DRH, pois existem benefícios com valores diferenciados conforme a atividade laboral. No dia 11/01/2021, enviamos por e-mail à DVS, a apresentação feita ao novo gestor no dia 10, sobre as principais normas sanitárias, o organograma da Gezoon com os respectivos Núcleos e Programas, as ações realizadas em 2020, os processos iniciados para compra de fardamentos, botas, EPIs, Material de laboratório e de Expediente, Quantitativo de Carros que se encontravam nas oficinas (04), estoque de ração, tranquilizantes e anestésicos existentes e com a previsão de zerar o estoque para julho/agosto, sendo necessário o início do pedido para a efetivação da compra. Até a presente data, não há ração para atender ao biotério, o que prejudica a reprodução, a manutenção dos animais e consequentemente podendo dificultar a inoculação das amostras suspeitas nos camundongos, durante a Prova Biológica para o diagnóstico da Raiva", explicam os servidores.
De acordo com a categoria, foi suspenso ainda o recolhimento de grandes e médios animais dos logradouros públicos.
"Foi explicado que embora o caminhão recolhesse durante os turnos: manhã e tarde, mas haveria a necessidade de permanecer também no turno da noite, pois os animais são soltos pelos tutores, objetivando se alimentarem, principalmente os equídeos, os quais estão nas carroças durante o dia. Período esse também, que ocorre o maior número de acidentes envolvendo animais. Apesar das ponderações feitas pela equipe, a determinação foi mantida, demonstrando a dificuldade do diálogo da Gerência com os respectivos Núcleos", relatam.
Os servidores informam que o número médio de notificações de pessoas agredidas por animais e notificadas é em torno de 1.300.
Eles finalizam o documento alertando que "a suspensão das atividades inerentes as diretrizes de Vigilância em Saúde, sem justificativa técnica, concordância da FMS e submetida e aprovada pelo Conselho Municipal de Saúde, poderá ocasionar a suspensão do repasse do financiamento pela União e Estado".
"Diante do exposto, ratificamos a solicitação que a DVS/FMS empreguem todos os esforços para solucionar as dificuldades apontadas, defendendo publicamente as ações inerentes à GEZOON e fundamentais para a saúde de Teresina e principalmente o respeito e valorização do exercício profissional dos Médicos Veterinários do quadro da FMS. Ratificamos ainda, do posicionamento em não aceitar que a credibilidade da Gezoon, construída por valorosos profissionais que nos antecederam, seja destruída sob o olhar da FMS, por isso queremos acreditar que a DVS e Presidência da FMS busquem a solução e resgatem a GEZOON", acrescentam.