A doação de órgãos no Brasil é uma nova oportunidade de vida para aqueles que esperam na fila do transplante. A iniciativa da família ao dizer “sim”, quando se perde um parente, pode proporcionar uma nova vida para aquelas pessoas que esperam por uma nova chance, na fila do transplante.
De acordo com o Governo do Piauí, atualmente, 506 pessoas estão à espera de um transplante de rim e 409 aguardam por um transplante de córnea no estado. Em 2023, foram realizadas 27 captações de rins e 159 de córneas, com 201 transplantes de córneas e 45 transplantes de rins.
Assim, uma história emocionante ganhou vida nos últimos dias, a de Noemi Silva, de 29 anos, que conseguiu um transplante de rim no ano passado.
Noemi Silva, moradora do Piauí, enfrentou uma luta difícil após ser diagnosticada com a síndrome de Hellp durante sua primeira gestação em 2017. A condição levou à perda do bebê e comprometeu 70% da função renal de Noemi. Logo, a necessidade de um transplante de rim surgiu, e em 2021, ela entrou na fila de espera por um doador.
"Quando eu fui ao médico, que me acompanhava na gestação, ele percebeu uma alteração nos batimentos do bebê e pediu mais alguns exames, onde foi comprovado que meu filho já não estava vivo e também que minha função renal estava comprometida. Foi um momento muito delicado, e que ainda precisei passar 30 dias realizando hemodiálise. No ano passado, precisei voltar com as sessões de hemodiálise e entrei para a fila de pacientes que precisavam de transplantes", conta a jovem.
A coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Lourdes Veras, enfatiza a necessidade do apoio da família de doadores para aumentar esses números e atender às pessoas na fila de espera. "Isso só é possível com a aceitação dos familiares que perderam entes e autorizem a doação de órgão", destaca Lourdes.
Seis meses após o transplante renal, Noemi expressa sua gratidão com a nova oportunidade de vida que ganhou ao receber o novo órgão. "Só tenho a agradecer essas pessoas que me possibilitaram essa nova oportunidade de viver, poder sonhar novamente, pois eu já não acreditava em mais nada, e hoje estou aqui podendo realizar as coisas, por causa de um sim à doação de órgãos".
A Central Estadual de Transplantes do Piauí planeja expandir as ações de captação para hospitais do interior do estado em 2024, visando agilizar o processo e aumentar a quantidade de vidas salvas.
O superintendente de Média e Alta complexidade da Sesapi, Dirceu Campelo, afirma que o Piauí vem trabalhando intensamente nas redes de captação nos hospitais. “Estamos buscando uma maior integração com os hospitais da capital para que as doações possam acontecer e de forma mais célere. Para 2024 vamos expandir nossa rede de captação para os hospitais do interior do estado, como já ocorre no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde, em Parnaíba. Pretendemos fazer a retirada de córneas em Piripiri e Campo Maior, ainda no primeiro semestre”, destaca.