De acordo com dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do SUS, coletados pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), no ano de 2023 o SUS registrou a internação de 34.067 crianças menores de dez anos devido a quedas. Na comparação com o ano de 2022, o aumento foi de 13,7%. A expressividade do levantamento reitera os alertas constantes para os cuidados com crianças e adolescentes, além de reforçar a conscientização sobre a consulta regular com o pediatra e especialistas nos casos em que acidentes com quedas indicarem a necessidade de avaliação profissional.
A especialista ainda reitera que existem orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) quanto aos cuidados com bebês e crianças para evitar acidentes. Em lactentes, é importante nunca deixar bebês sozinhos em qualquer local da casa, particularmente em camas, sofás, trocadores, beliches, mesmo que a criança ainda não tenha adquirido a capacidade de rolar. “Tenha certeza que colocou grades de proteção em qualquer móvel utilizado para a criança dormir. Cuidado na escolha de cadeiras para oferecer a alimentação, pois devem ter base alargada, trava e cinto. Além disso, sempre supervisionar a criança, mesmo que ela esteja contida na cadeira com dispositivos de segurança”, orienta.
Com relação ao uso de berço, recomenda que é preciso observar se a altura da base é suficiente para evitar que a criança caia por cima da grade. Sem contar que nunca se deve colocar “brinquedos ou travesseiros dentro do berço, pois estes objetos podem cair e a criança, ao tentar alcançá-lo, pode cair”, pontua. Além disso, “quando a criança passar para a cama, instale grade protetora dos dois lados. Nunca use andador, uma vez que é muito comum a queda do andador em escadas e as lesões decorrentes desta queda sempre são graves, com trauma de crânio e hospitalização”, alerta.
Cuidados nas fases pré-escolares e escolares
A Dra. Roberta ainda compartilha que na fase pré-escolar e escolar os cuidados também devem ser observados pelos responsáveis. Para isso, “disponha os móveis de maneira que a supervisão de seu filho possa ser constante e direta. Trave portas e bloqueie o acesso às áreas perigosas da casa, como lavanderia, cozinha e área externa. Remova tapetes e utilize material de borracha em banheiros. Retire brinquedos e roupas do chão que possam provocar tropeços, deslizes e quedas”.
Para ambientes seguros também é preciso instalar grades protetoras em escadas e áreas de risco da casa, assim como orientar os familiares para sempre fechá-las após o uso. Instalar redes ou grades de proteção em todas as janelas dos apartamentos é fundamental. Outra medida de segurança é manter os móveis afastados das janelas, proibir atividades em áreas elevadas, como balcões, lajes e telhados. A médica acrescenta que a “a utilização de equipamentos de proteção como capacetes, cotoveleiras e joelheiras em atividades com bicicleta diminui a gravidade, mas não evita as lesões decorrentes das quedas. Estas atividades devem sempre ser supervisionadas por um adulto e realizada em áreas fechadas, sem trânsito urbano”, observa.
Toda queda exige ida ao hospital?
De acordo com a especialista, nem toda criança precisa ser levada ao hospital em casos de quedas. Algumas das principais situações que necessitam de avaliação médica de urgência, segundo a SBP, incluem:
• Queda da criança menor de 3 meses de idade.
• Queda de mais de um metro de altura para crianças abaixo de 2 anos de idade e queda de mais de 1,5 metro nas crianças acima de 2 anos.
• Queda de mais de 4 degraus da escada.
• Acidente com bicicleta sem capacete.
• Acidente automobilístico com vítimas.
• Perda da consciência por mais de 1 minuto pós-trauma.
• Presença de galos na cabeça, principalmente na região das têmporas e na região de trás da cabeça.
• Sangramento pelo ouvido ou nariz.