No Brasil, apenas 25% da população entre 15 e 64 anos demonstra altas habilidades digitais, independentemente do nível educacional. Os desafios relacionados às atividades tecnológicas surgem principalmente entre os indivíduos acima de 40 anos, revelando deficiências mesmo nos mais jovens.
Uma pesquisa recente, chamada de Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), realizada pela consultoria Conhecimento Social, Ação Educativa e Fundação Itaú, revelou dados preocupantes sobre o alfabetismo no contexto digital. Pela primeira vez, o estudo avaliou as habilidades digitais da população.
Com a crescente digitalização da economia e do mercado de trabalho, as competências digitais são consideradas fundamentais para o desenvolvimento individual e a competitividade do país.
Entre as atividades propostas na pesquisa, como comprar um produto online, se inscrever em um evento e buscar filmes em serviços de streaming, a última se destacou com o menor índice de acertos (9%), mesmo entre os mais alfabetizados.
Os níveis de habilidades digitais foram classificados em:
A diretora da Conhecimento Social destacou que muitas pessoas enfrentam dificuldades em compreender a linguagem e os símbolos do mundo digital, considerando-os como um novo vocabulário a ser aprendido.
Os jovens, entre 15 e 29 anos, demonstraram melhor desempenho digital, com mais de 30% possuindo habilidades avançadas. Já os mais velhos, entre 50 e 64 anos, apresentaram apenas 6% de proficiência digital.
A definição clara de letramento digital ainda gera debates, principalmente com os avanços da inteligência artificial. Os dados do Inaf contribuirão para a discussão sobre essa temática em constante evolução.
Desde a primeira edição do Inaf em 2001, que apontava 39% de analfabetos funcionais, o Brasil registrou uma melhoria, mantendo 29% em 2018 e em 2024. O estudo atual, em parceria com diversas instituições, revela a importância de avançar nas habilidades digitais para a inclusão e a competitividade no cenário global.