Selic atinge 12,25% em decisão unânime do Copom

Copom eleva juros para 12,25% em decisão unânime, acelerando alta da Selic na última reunião

Por Direto da Redação,

O Banco Central (BC), por meio do Comitê de Política Monetária (Copom), tomou a decisão de aumentar a taxa básica de juros para 12,25% em sua última reunião do ano, em uma escolha unânime entre os 9 membros do colegiado. Esse movimento surpreendeu o mercado, que esperava um aumento menor, de 0,75 ponto percentual, conforme indicavam as apostas.

Contexto e Decisões

Essa elevação significativa representa o maior aperto monetário desde fevereiro de 2022, quando os juros subiram 1,5 ponto percentual. Com essa decisão, a Selic atinge o patamar mais alto desde o final do ano anterior. No entanto, é importante ressaltar que naquele momento o Copom estava em um ciclo de redução das taxas, encerrado em maio, quando a taxa estava em 10,5% ao ano.

Essa foi a terceira vez consecutiva que o Copom decidiu acelerar o ritmo de aumento dos juros. O ciclo de alta teve início em setembro, com um acréscimo de 0,25 ponto percentual, seguido por mais duas altas em novembro, elevando a taxa básica para os atuais 11,25%.

Projeções e Expectativas

O Copom projeta novos aumentos de um ponto percentual nas próximas duas reuniões, previstas para janeiro e março de 2025. Essas decisões serão baseadas no compromisso do Banco Central em levar a inflação para a meta estabelecida, levando em consideração diversos fatores econômicos e de mercado.

Desde a última reunião, em novembro, o cenário se deteriorou, com mais elementos indicando pressão inflacionária do que o contrário. O BC destacou como possíveis influências para a alta da inflação a desancoragem das expectativas, a resistência da inflação de serviços e políticas econômicas que possam impactar os índices inflacionários.

Impactos e Perspectivas

A expectativa para a inflação se deteriorou nas últimas semanas, refletindo o aumento do dólar e as propostas fiscais em discussão. O mercado teme que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapasse os limites estabelecidos, com projeções para 4,84% este ano e 4,59% em 2025, de acordo com o Boletim Focus.

Além das questões internas, fatores externos, como a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos e possíveis medidas inflacionárias, têm impactado as decisões de política monetária, dificultando a redução dos juros pelo Federal Reserve.

Mudanças na Direção do BC

Essa também foi a última reunião do Copom sob a presidência de Campos Neto. A partir de janeiro, Gabriel Galípolo assumirá o cargo, sendo o primeiro presidente do BC indicado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A transição para essa nova gestão marca um período de mudanças e desafios para a autarquia, em meio a um cenário econômico complexo e incerto.

Em um cenário de incertezas e desafios, o Banco Central se mantém atento aos indicadores econômicos e ao comportamento dos mercados, buscando manter a estabilidade e o controle da inflação, mesmo diante de um cenário desafiador e volátil.

Fonte: Divulgação

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